O site federal anteriormente dedicado à divulgação de informações sobre vacinas, testes e tratamentos para a COVID-19 foi reconfigurado para apoiar a teoria de que a pandemia teve origem em um vazamento de laboratório. O novo conteúdo apresenta acusações diretas contra figuras públicas e científicas, além de remover dados importantes sobre saúde pública. Essa mudança reflete uma abordagem mais extensa na reformulação de sites governamentais entre administrações, com impactos significativos no acesso ao conhecimento científico.
A página oficial covid.gov agora destaca uma imagem do ex-presidente Donald Trump associada ao conceito de "vazamento de laboratório". O texto menciona a cidade de Wuhan, na China, como sede de um laboratório de pesquisa viral que operava com níveis inadequados de biossegurança. Além disso, o site questiona a reputação do Dr. Anthony Fauci, ex-diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, acusando-o de promover uma narrativa preferida de origem natural para o vírus.
Embora as causas exatas da pandemia ainda sejam desconhecidas, especialistas debatem se o vírus emergiu de contato humano com animais ou resultou de um incidente em laboratório. Uma análise de inteligência dos EUA divulgada em 2023 concluiu que não há evidências suficientes para confirmar qualquer hipótese. Enquanto isso, outras mudanças no portal incluem a exclusão de dados sobre saúde pública, especialmente informações relacionadas à comunidade transgênero, e a remoção de imagens que celebravam a diversidade cultural.
Anteriormente, o site oferecia orientações práticas sobre como solicitar testes gratuitos de COVID-19 e manter-se atualizado com as vacinas disponíveis. Ele enfatizava que a imunização era a melhor maneira de proteger indivíduos e suas famílias. No entanto, esses recursos foram retirados, deixando milhões de pessoas sem acesso fácil a informações cruciais. Atualmente, menos de um quarto dos adultos nos Estados Unidos receberam doses atualizadas da vacina contra a COVID-19, enquanto centenas de milhares enfrentam os desafios persistentes do chamado "long COVID", caracterizados por sintomas variados como fadiga e confusão mental.
Com essa transformação radical, o governo sinaliza uma nova prioridade na comunicação pública sobre a pandemia, substituindo dados concretos por teorias controversas. Especialistas alertam que tal abordagem pode comprometer esforços globais para combater futuros surtos e mitigar os danos de longo prazo associados à doença.