Dois funcionários próximos ao presidente Donald Trump afirmam que ele não planeja demitir seu conselheiro de segurança nacional, Mike Waltz, ou qualquer outra pessoa envolvida no controverso bate-papo do grupo Signal. Isso ocorre porque reconhecer o erro seria visto como uma vitória para a revista The Atlantic. Na quarta-feira, Trump reafirmou publicamente seu apoio a Waltz, destacando que ele assumiu a responsabilidade pela criação do grupo e pela inclusão acidental do editor-chefe da Atlantic, Jeffrey Goldberg. O caso ganhou mais complexidade quando surgiram informações detalhadas sobre planos militares sensíveis.
Embora Trump raramente admita erros, os oficiais revelam que ele tem apreciado a resposta feroz de Waltz e outros funcionários da Casa Branca à cobertura crítica do vazamento. Além disso, Trump defendeu a participação de Pete Hegseth, ministro da defesa, dizendo que ele não teve relação com o incidente. A contradição parece sublinhar a determinação pessoal de Trump de não dar à The Atlantic uma "vitória simbólica", enfatizando que o vazamento de planos de ataque foi insignificante.
No entanto, a tentativa da administração Trump de defender o vazamento de planos militares sensíveis sob o argumento de que eles não eram classificados tornou-se mais difícil após a publicação pelo The Atlantic da cadeia completa de mensagens, mostrando o nível de detalhes dos planos de ataque. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, repetiu que nenhuma das mensagens era classificada, enquanto Hegseth e outros funcionários argumentaram semanticamente que as mensagens não constituíam um "plano de guerra".
Ex-funcionários americanos explicam que, tecnicamente, um "plano de guerra" incluiria tipos específicos de armamentos, coordenadas de alvos, opções de contingência e estratégias mais detalhadas. No entanto, as informações compartilhadas por Hegseth incluíam detalhes operacionais sobre a operação para atacar alvos rebeldes Houthis no Iêmen, como horários de lançamento de caças F-18, o momento previsto para a queda das primeiras bombas e o lançamento de mísseis Tomahawk navais.
A partir do ponto de vista da segurança nacional, esses detalhes militares foram considerados sensíveis, pois foram compartilhados antes do início do ataque. Se tivessem vazado, os alvos poderiam ter escapado ou comprometido a missão. As diretrizes de classificação do Departamento de Defesa dos EUA sugerem que esse tipo de plano militar detalhado geralmente seria classificado como pelo menos "secreto", com algumas atualizações em tempo real podendo alcançar um nível ainda mais alto de classificação.
O bate-papo do grupo também incluiu uma mensagem de Waltz com uma atualização em tempo real ("primeiro alvo - o principal cara de mísseis - tínhamos identificação positiva dele entrando no prédio da namorada e agora está desabado"), que normalmente seria classificada como pelo menos "secreta" se viesse de um recurso operado pela comunidade de inteligência.
A situação levantou preocupações significativas sobre a transparência e a gestão de informações confidenciais dentro da administração Trump. Embora a defesa oficial seja de que as mensagens não eram classificadas, a controvérsia persiste quanto à gravidade do vazamento e às implicações para a segurança nacional. O episódio reflete tanto as tensões internas na Casa Branca quanto a complexidade das questões relacionadas à proteção de informações sensíveis em tempos de crise geopolítica.