No Tribunal Federal de Manhattan, Nadine Menendez foi declarada culpada por colaborar com seu marido, o ex-senador dos EUA Bob Menendez, em um esquema de aceitação de subornos. O caso incluiu recebimento de dinheiro, barras de ouro e um veículo de luxo oferecidos por três empresários do Novo Jersey em troca de favores relacionados aos seus negócios e questões legais. Este veredito ocorreu no mesmo tribunal onde, no ano anterior, outro júri havia condenado Bob Menendez por muitas das mesmas acusações, sentenciando-o a 11 anos de prisão. A sentença de Nadine está marcada para 12 de junho.

O julgamento, que durou três semanas, revelou evidências detalhadas sobre a relação turbulenta entre o casal, iniciada em 2018. Durante as audiências, os promotores afirmaram repetidamente que ambos eram "parceiros no crime". Em uma busca realizada na residência do casal em Englewood Cliffs, Nova Jersey, em 2022, agentes do FBI encontraram quase $150.000 em barras de ouro e $480.000 em dinheiro escondidos em botas, caixas de sapatos e casacos. No garagem estava estacionado um conversível Mercedes-Benz, também considerado parte do esquema de suborno.

Os promotores argumentaram que Nadine Menendez começou a facilitar os subornos ao senador pouco depois de começarem a namorar, antes de se casarem em outubro de 2020. Ela enfrentava dificuldades financeiras, incluindo o risco de perder sua casa devido a pagamentos de hipoteca não efetuados. Um amigo de longa data, Wael Hana, forneceu dinheiro para salvar a propriedade, e em troca, o senador supostamente ajudou Hana a manter um monopólio comercial arranjado com o governo egípcio.

Outro episódio mencionado envolveu Jose Uribe, que ofereceu um carro Mercedes-Benz à esposa após ela ter perdido o veículo anterior em um acidente fatal (sem encargos criminais contra ela). Em retribuição, Bob Menendez pressionou autoridades estaduais do Novo Jersey para cessar investigações sobre associados de Uribe. Além disso, Fred Daibes, um importante desenvolvedor imobiliário, pagou subornos em dinheiro e ouro, buscando proteção contra um caso criminal pendente no estado e apoio em um investimento de $95 milhões de um fundo de investimentos catariano.

A defesa de Nadine Menendez argumentou que as provas apresentadas pelo Ministério Público eram insuficientes para sustentar uma condenação, sugerindo que as interações políticas do senador eram normais dentro de suas funções como representante público. Contudo, o promotor assistente Daniel Richenthal retrucou que as evidências contra ela eram consistentes e esmagadoras.

O veredito reflete uma mensagem clara contra a corrupção no setor público, afirmando que o poder governamental não pode ser colocado à venda. Os cúmplices nos crimes também foram punidos: Hana recebeu oito anos de prisão, enquanto Daibes foi condenado a sete anos. Este caso marca um capítulo sombrio na carreira política de Bob Menendez, anteriormente presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado.