Um erro administrativo conduziu à deportação de um homem inocente, residente legal nos Estados Unidos, para uma prisão em El Salvador conhecida por abusos contra os direitos humanos. Apesar de ordens judiciais para sua repatriação, o governo americano recusou-se a intervir diretamente, transferindo essa responsabilidade ao presidente salvadorenho Nayib Bukele. Este caso levantou questões sérias sobre jurisdição internacional e destacou as condições desumanas nas prisões de El Salvador.
Kilmar Abrego Garcia foi deportado erroneamente para El Salvador, apesar de ter proteção legal contra tal medida. A deportação ocorreu devido a um suposto engano administrativo, mesmo com evidências que refutavam acusações anteriores de vínculos com gangues. Sua esposa e filho, ambos cidadãos americanos, só souberam de seu paradeiro após assistirem a um vídeo propagandístico do governo de El Salvador.
Garcia foi preso frente ao filho autista e não verbal, causando traumas adicionais à família. Anteriormente acusado equivocadamente de associação com a MS-13, ele tinha registros legais que provavam sua inocência. O governo dos EUA admitiu publicamente o erro e reconheceu sua proteção contra deportações, mas ainda assim, García foi enviado a uma nação com histórico questionável em direitos humanos. Seus advogados argumentam que ele não possui antecedentes criminais em nenhum país, enfatizando a injustiça sofrida.
A controvérsia jurídica envolvendo a repatriação de García expôs lacunas significativas no sistema de imigração e relações internacionais. O governo americano rejeitou assumir responsabilidade total pelo retorno de García, sugerindo que autoridades locais em El Salvador devem tratar do caso.
No contexto mais amplo, especialistas em direitos humanos alertam que práticas como esta podem configurar "desaparecimento forçado", violando leis internacionais. Relatórios recentes revelaram práticas sistemáticas de tortura dentro do sistema penitenciário salvadorenho, amplificando preocupações sobre o destino de pessoas deportadas sem julgamento justo. Este incidente também gerou debates sobre a eficácia das estruturas legais transnacionais em proteger indivíduos vulneráveis às arbitrariedades governamentais.