Uma mudança significativa na política de vistos para estudantes internacionais foi anunciada recentemente. Após uma série de críticas e contestações legais, o governo dos Estados Unidos decidiu suspender temporariamente a revogação de vistos para estudantes estrangeiros. A decisão inicial havia causado grande alarme entre especialistas em direitos civis, preocupados com questões relacionadas à liberdade de expressão. Durante uma audiência no Distrito Norte da Califórnia, em Oakland, representantes do Departamento de Justiça informaram que os vistos foram restabelecidos enquanto um novo sistema para revisar e cancelar esses documentos está sendo desenvolvido.
O novo enfoque envolve a criação de políticas mais claras pela Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE). De acordo com Elizabeth D. Kurlan, procuradora dos EUA presente na audiência, até que este novo quadro seja implementado, os vistos de estudantes internacionais não serão cancelados exclusivamente com base nos registros criminais mantidos pelo governo. No entanto, a ICE continuará tendo autoridade para encerrar os registros desses estudantes por outras razões, como a violação do status de não imigrante após sua reativação ou a participação em atividades ilegais que tornem essas pessoas passíveis de deportação sob a Lei de Imigração e Nacionalidade.
A decisão inicial do governo de revogar vistos de muitos estudantes estrangeiros, frequentemente ligada a ativismo político ou infrações menores como dirigir sob efeito de álcool, gerou forte reação nos tribunais. Alguns estudantes relataram ter recebido ordens para "se auto-deportarem" com pouco aviso prévio, enquanto instituições de ensino afirmaram não ter recebido informações suficientes sobre as revogações. Apesar das decisões judiciais favoráveis aos estudantes, alguns já deixaram o país. Este é o caso de Momodou Taal, um estudante britânico-gambiano da Universidade Cornell, cujo visto foi cancelado em março devido ao seu ativismo pró-Palestina. Tal situação demonstra a necessidade de equilibrar segurança nacional com os direitos individuais, promovendo assim um ambiente educacional inclusivo e justo.