O presidente Donald Trump desencadeou na última quarta-feira uma guerra comercial global ao impor tarifas significativas que entrarão em vigor praticamente de imediato. Essas medidas podem impactar diretamente os consumidores e empresas americanas, elevando o custo de inúmeros produtos importados. Pela primeira vez desde o retorno de Trump à presidência, a preocupação não está mais no que pode ficar mais caro, mas sim quando isso ocorrerá. A partir de abril, as tarifas atingirão níveis recorde, com taxas superiores a 50% para países como China, Vietnã e Taiwan. Além disso, a partir de maio, itens de menor valor vindos da China e Hong Kong também sofrerão aumentos substanciais.

A administração Trump anunciou planos detalhados para aplicar tarifas mínimas de 10% sobre bens de quase todos os países, exceto México e Canadá, cujos produtos podem escapar parcialmente dessas taxações. Contudo, a China lidera a lista dos principais alvos, enfrentando uma tarifa de 54% em grande parte de suas exportações para os EUA. Esse número pode subir ainda mais se o país continuar comprando petróleo da Venezuela, conforme promessa de Trump.

Vietnã e Taiwan também enfrentam tarifas substanciais, com taxas de até 46% e 32%, respectivamente. Esses países são fontes essenciais de eletrônicos de consumo, incluindo laptops, tablets e brinquedos, que agora terão seus preços elevados drasticamente. O setor de semicondutores, crucial para diversos setores, também será afetado, impactando desde carros até dispositivos médicos.

Apesar de algumas produções poderem migrar para os Estados Unidos, onde as tarifas seriam "zero", o custo de produção doméstico pode superar o valor das importações, levando inevitavelmente a aumentos nos preços finais. Empresas americanas inicialmente arcarão com esses impostos, mas é provável que repassem pelo menos parte do custo adicional aos consumidores.

Especialistas estimam que os estoques atuais nas lojas devem durar cerca de três a quatro meses antes de esgotarem, momento em que os preços começarão a subir, possivelmente coincidindo com a temporada de volta às aulas e festas de fim de ano.

Com essas novas tarifas, categorias como eletrônicos, calçados e brinquedos estão entre as mais afetadas. A dependência americana de fornecedores asiáticos torna difícil evitar um aumento generalizado nos preços. O impacto econômico dessa decisão deve se refletir não apenas nos consumidores domésticos, mas também no panorama global das relações comerciais.