A Semana de Design de Milão, conhecida por ser um dos principais eventos para o design contemporâneo, trouxe uma ampla exposição de peças que mesclam arte e funcionalidade. Entre as participações brasileiras, destaca-se a mostra Chuva do Caju, que reuniu 57 marcas nacionais. Um jovem designer, Felipe Zorzeto, conquistou atenção internacional com seu aparador BIA, inspirado nas formas modernistas de Brasília. Além disso, outras criações brasileiras também ganharam espaço, como a Chaise Fly e a Poltrona Bulbo.
Para profissionais como Aline Silva, o evento transcende a estética ao influenciar comportamentos e conceitos no setor global. O design brasileiro demonstra sua força criativa ao reinterpretar tendências globais com identidade local, valorizando técnicas artesanais e materiais naturais. Esses aspectos conferem uma singularidade às peças brasileiras, destacando-as no cenário internacional.
Felipe Zorzeto levou para Milão um toque peculiar da arquitetura modernista brasileira. Sua criação, o aparador BIA, reflete diretamente os traços puros e marcantes do modernismo adaptados à vida contemporânea. Inspirado pela cidade de Brasília, onde cresceu, Zorzeto busca criar peças atemporais que resistam ao tempo, tanto pela qualidade dos materiais quanto pelo desenho.
O impacto das curvas modernistas de Brasília é evidente no trabalho de Zorzeto. Ele explica que crescer em meio a essa arquitetura significou viver cercado por um sonho modernista. O equilíbrio entre diferentes escalas urbanas da capital influenciou diretamente o design do aparador BIA. Esta peça não apenas homenageia a rica tradição arquitetônica do país, mas também se conecta a um movimento de transformação no design brasileiro. Com foco na produção artesanal e personalizada, Zorzeto ressalta a importância de manter uma conexão humana com o processo criativo, distanciando-se da produção em massa.
A presença brasileira na Semana de Design de Milão foi marcante, com peças como a Chaise Fly e a Poltrona Bulbo chamando a atenção do público internacional. Essas criações exemplificam como o design nacional consegue reinterpretar tendências globais com uma abordagem única, incorporando técnicas artesanais e materiais locais.
A Chaise Fly, obra da renomada Fernanda Marques, integrou a mostra Chuva do Caju e recebeu o prestigiado European Design Awards. Já a Poltrona Bulbo, de Eduardo Trevisan, explora o contraste entre a robustez natural da madeira maciça Tauari e o revestimento suave em tecido orgânico. Ambas as peças refletem a capacidade do Brasil de unir funcionalidade e poesia visual, gerando móveis que transformam ambientes. Aline Silva enfatiza que o design brasileiro está bem posicionado para aproveitar essas tendências, graças à diversidade cultural e riqueza de recursos disponíveis no país. Este reconhecimento internacional reforça o potencial do design brasileiro em moldar novos caminhos no mercado global.