No início de 2025, a Tesla enfrentou um declínio significativo nas entregas de veículos elétricos em comparação com o mesmo período do ano anterior. Este revés ocorreu dois dias após o término do pior trimestre para as ações da empresa desde 2022. Além disso, a companhia lidou com protestos e boicotes motivados pelas atividades políticas de seu CEO, Elon Musk. A queda nas entregas impactou negativamente as expectativas dos investidores, que previam números mais altos.
No primeiro trimestre de 2025, a Tesla registrou 336.681 entregas, uma redução de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esses números ficaram abaixo das estimativas, que variavam entre 360.000 e 370.000 unidades. Em um ambiente competitivo cada vez mais acirrado, a marca também sofreu com paralisações programadas em algumas fábricas para atualizar linhas de produção.
Em meio a isso, a reputação da Tesla foi abalada por atos criminosos e protestos contra as opiniões políticas de Elon Musk, especialmente relacionadas ao seu envolvimento na administração de Donald Trump. Na Europa, a participação de mercado da empresa caiu drasticamente, passando de 17,9% no primeiro trimestre de 2024 para apenas 9,3% no mesmo período deste ano. No mercado chinês, as vendas de veículos elétricos produzidos localmente diminuíram 11,5% em março, refletindo a crescente concorrência de fabricantes locais como a BYD.
Combinado a esses desafios, o valor das ações da Tesla despencou 36% no primeiro trimestre, representando a maior queda desde o quarto trimestre de 2022. Esse declínio resultou na perda de US$ 460 bilhões em valor de mercado.
A partir de abril, a Tesla iniciará a produção de uma nova versão redesenhada do popular SUV Model Y, esperando reverter essa tendência negativa.
Como observador externo, fica evidente que a Tesla precisa equilibrar inovação tecnológica com questões de imagem corporativa. A influência política de Musk pode continuar afetando a percepção pública da marca. Para recuperar sua posição dominante, a empresa precisará não apenas lançar produtos atrativos, mas também reconstruir a confiança junto aos consumidores e investidores. O futuro dependerá da capacidade de adaptar-se a um cenário global em rápida transformação.