No rastro do devastador terremoto de magnitude 7,7 que atingiu o centro de Mianmar no último fim de semana, a comunidade internacional tem respondido com diferentes níveis de apoio. Países como China, Rússia, Índia e Reino Unido têm enviado equipes especializadas e suprimentos de emergência para ajudar na reconstrução das áreas afetadas. Contudo, os Estados Unidos, outrora líderes em resposta humanitária global, demonstraram um atraso significativo em sua intervenção. Este contraste evidencia as consequências das reduções drásticas nos programas de ajuda externa promovidas sob a administração Trump.
Em meio ao caos deixado pelo desastre natural, várias nações mobilizaram rapidamente seus recursos. Na cidade devastada de Mandalay, equipes chinesas compreendendo especialistas em terremotos, médicos e cães de resgate chegaram já no sábado e domingo. A China também enviou uma primeira remessa de suprimentos avaliada em mais de US$ 13 milhões. Similarmente, Hong Kong destinou HK$ 30 milhões para esforços de socorro, enquanto Rússia e Índia enviaram pessoal médico e material logístico. O Reino Unido comprometeu-se a fornecer £10 milhões em assistência humanitária.
Por outro lado, a reação dos Estados Unidos foi lenta e modesta, limitando-se a uma contribuição inicial de US$ 2 milhões anunciada apenas no domingo. Além disso, uma equipe de avaliação da USAID, que anteriormente era vista como uma força-tarefa crucial em crises globais, enfrenta dificuldades logísticas e estruturais para chegar ao local do desastre até quarta-feira. Especialistas afirmam que cortes realizados pela administração Trump enfraqueceram significativamente a capacidade do país de responder eficazmente a catástrofes internacionais.
O contexto político complicado de Mianmar, marcado por conflitos desde o golpe militar de 2021, aumenta ainda mais os desafios logísticos e éticos relacionados à entrega de ajuda. Organizações humanitárias alertam para a necessidade de garantir que os recursos sejam distribuídos através de grupos comunitários locais, evitando assim a instrumentalização da ajuda pelo regime militar.
Como observador deste cenário, fica clara a importância da cooperação internacional em momentos de crise. A lentidão e a escassez na resposta dos Estados Unidos não apenas refletem falhas sistêmicas, mas também levantam questões sobre seu papel tradicional como líder global em questões humanitárias. Em um mundo onde desastres naturais são cada vez mais frequentes, é essencial repensar estratégias de ajuda internacional para garantir que todos os países estejam preparados e capacitados a oferecer suporte quando necessário.