O governo dos Estados Unidos, sob a administração Trump, decidiu reverter a anulação abrupta das inscrições de vistos estudantis em um banco de dados federal. Essa mudança ocorreu após a instauração de mais de 100 processos judiciais por parte de estudantes internacionais temerosos de deportação imediata. A decisão foi anunciada no tribunal distrital de Massachusetts em 25 de abril, afetando milhares de estudantes estrangeiros nos EUA cujo status legal havia sido cancelado repentinamente.
No outono dourado de Boston, onde o clima estava carregado de tensão, muitos estudantes enfrentaram a possibilidade de serem forçados a deixar o país sem aviso prévio. O sistema federal chamado Student Exchange and Visitor Information System (SEVIS) foi usado para rastrear esses alunos, e sua exclusão desse banco de dados significava uma possível perda do direito de permanecer legalmente nos Estados Unidos. Algumas razões citadas para essas revogações incluíam disputas com colegas de quarto e até mesmo contravenções de trânsito, gerando perplexidade entre as comunidades acadêmicas.
Em resposta à crescente preocupação, juízes bloquearam várias dessas exclusões e questionaram a abordagem ampla adotada pelo governo. Mais de 200 estudantes conseguiram ordens judiciais temporárias que impediam qualquer ação contra eles. O Departamento de Justiça declarou que as inscrições no SEVIS permaneceriam ativas ou seriam reativadas até que uma nova política fosse desenvolvida.
A reversão veio como um alívio significativo para os aproximadamente 1,1 milhão de estudantes internacionais nos Estados Unidos, responsáveis por injetar cerca de $44 bilhões na economia norte-americana no ano anterior. Apesar disso, autoridades migratórias ainda mantêm o poder de cancelar registros SEVIS caso os estudantes se envolvam em atividades ilegais.
O caso de Huadan Zheng, também conhecida como Carrie Zheng, ilustra bem essa situação. Ela lutava para continuar suas aulas na Universidade de Boston enquanto aguardava uma atualização em seu registro no SEVIS. O juiz Dennis Saylor estabeleceu outra audiência para 6 de maio, reconhecendo que a reativação poderia levar algum tempo devido às mudanças necessárias em nível nacional.
De acordo com Zachary Schermele, colaborador neste processo contínuo, a situação continuará sendo monitorada com atenção pelas partes envolvidas.
Com essa decisão, espera-se que a confiança seja restaurada entre estudantes internacionais e instituições americanas, preservando tanto o fluxo cultural quanto o econômico que esses indivíduos proporcionam ao país.
Esse episódio sublinha a importância de políticas claras e consistentes quando lidamos com questões migratórias complexas. Para os estudantes envolvidos, a incerteza sobre seu futuro imediato deve ter sido angustiante, mas a resolução oferece uma oportunidade para refletir sobre a necessidade de sistemas mais justos e transparentes no tratamento de imigrantes legais.