O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, endureceu a posição de Moscou ao declarar que não haverá acordo de paz com a Ucrânia sem o reconhecimento internacional de territórios ocupados, incluindo a Crimeia. Esta exigência ocorre após declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou que a Crimeia permanecerá sob controle russo. O cenário complica ainda mais as negociações entre as partes, já que a Ucrânia rejeita qualquer cessão territorial como forma de capitulação frente ao agressor.
Em entrevista ao jornal brasileiro O Globo, Lavrov enfatizou que o reconhecimento internacional de regiões como Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia como parte da Rússia seria essencial em qualquer processo de negociação. A Crimeia foi anexada ilegalmente pela Rússia em 2014, enquanto as demais áreas foram parcialmente ocupadas após a invasão em larga escala em 2022. Essas demandas refletem uma postura cada vez mais intransigente por parte de Moscou.
Ao mesmo tempo, Trump expressou sua visão sobre o conflito ao sugerir que a Crimeia deve permanecer sob controle russo. Ele criticou o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy por se recusar a reconhecer a península como russa. Em resposta, os Estados Unidos apresentaram recentemente um plano de paz que envolve ceder a Crimeia à Rússia e reconhecer o território ocupado, mas Kyiv tem resistido firmemente a tal proposta.
Por outro lado, a União Europeia manteve sua posição firme ao afirmar que nunca reconhecerá a Crimeia como parte da Rússia. Kaja Kallas, principal diplomata da UE, reiterou que "a Crimeia é Ucrânia". Apesar disso, Trump demonstrou otimismo sobre a possibilidade de Zelenskyy aceitar um acordo que envolva a devolução da Crimeia ao Kremlin, após um encontro breve no Vaticano.
O futuro das negociações continua incerto, com posições diametralmente opostas entre as partes envolvidas. Enquanto Moscou insiste em condições impraticáveis para um acordo de paz, a Ucrânia reafirma sua determinação em proteger sua soberania territorial. As pressões internacionais crescem, mas até agora, nenhuma solução parece próxima.