O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu que seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, pode estar disposto a entregar a Crimeia à Rússia como parte de um acordo de paz. Essa proposta foi feita apesar das rejeições anteriores de Kyiv em relação a qualquer concessão territorial sem antes alcançar um cessar-fogo. Trump afirmou sua crença nessa disposição durante uma coletiva após retornar do Vaticano, onde se encontrou brevemente com Zelensky antes do funeral do Papa Francisco. Ele também incentivou o presidente russo, Vladimir Putin, a encerrar os conflitos rapidamente.
Após uma breve conversa entre Trump e Zelensky no Vaticano, o líder americano declarou que Crimea havia sido mencionada "muito brevemente". Ainda assim, ele observou que Zelensky parecia mais calmo, possivelmente referindo-se a uma discussão anterior no início do ano em Washington. A Ucrânia tem enfatizado consistentemente que não fará concessões territoriais até que um cessar-fogo seja acordado. Nenhuma resposta pública veio de Zelensky ou Putin sobre essas declarações recentes.
Boris Pistorius, ministro da Defesa da Alemanha, alertou a Ucrânia contra aceitar acordos que envolvam grandes concessões territoriais em troca de um cessar-fogo. Em entrevista à emissora pública alemã ARD, Pistorius descreveu a sugestão de Trump como uma forma de "capitulação", argumentando que tal proposta não traz valor adicional para as negociações. Embora reconheça que algumas áreas podem precisar ser cedidas para alcançar a paz, ele enfatizou que isso não deve ir tão longe quanto proposto pelo presidente americano.
Relatórios indicam que grande parte do acordo está sendo negociada, incluindo a possível aceitação legal pelos EUA da anexação ilegal da Crimeia pela Rússia, além do controle efetivo de outras áreas ocupadas, como Luhansk. Outro ponto controverso é o controle do reator nuclear de Zaporizhzhia, atualmente sob posse russa. O plano dos EUA propõe que a instalação forneça energia tanto para a Rússia quanto para a Ucrânia, embora contrapropostas europeias e ucranianas omitam essa ideia.
Ambas as partes continuam discutindo detalhes cruciais. Enquanto os EUA excluem a adesão imediata da Ucrânia à OTAN, sugerem que um "coalizão voluntária" liderada por Reino Unido e França ofereça garantias de segurança pós-cessar-fogo. Por outro lado, a Europa espera compromissos robustos dos EUA para proteger a Ucrânia em caso de futuros ataques.
Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, pediu progresso nas negociações para concretizar um acordo de paz. Ele advertiu que os esforços americanos poderiam cessar se não houver avanços significativos. Desde 2022, quando a Rússia iniciou sua invasão em larga escala, Moscou controla cerca de 20% do território ucraniano.