O impacto devastador do terremoto que atingiu Mianmar há quase uma semana continua a se revelar, com o número oficial de mortos subindo para 3.085, conforme mais corpos são encontrados pelas equipes de busca e resgate. Além disso, milhares de feridos e desaparecidos amplificam as preocupações sobre a extensão total da tragédia. O epicentro do tremor, registrado perto de Mandalay, deixou um rastro de destruição generalizada, incluindo estradas danificadas e pontes destruídas. Enquanto isso, a crise humanitária preexistente no país foi exacerbada pelo desastre natural, aumentando ainda mais a necessidade de ajuda internacional.

No último relatório divulgado pelo governo militar de Mianmar, cerca de 4.715 pessoas ficaram feridas e outras 341 estão desaparecidas após o terremoto de magnitude 7,7. O evento ocorreu próximo à segunda maior cidade do país, Mandalay, onde milhares de construções colapsaram sob o impacto. A comunicação limitada e as condições difíceis de acesso a várias áreas prejudicam os esforços de avaliação completa das perdas humanas e materiais, sugerindo que os números oficiais podem aumentar consideravelmente nos próximos dias.

A situação já crítica em Mianmar, marcada por anos de conflito civil desde o golpe militar em 2021, tornou-se ainda mais complexa com o desastre. Antes do terremoto, mais de 3 milhões de pessoas já haviam sido deslocadas de suas casas, enquanto quase 20 milhões enfrentavam necessidades urgentes, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Diante dessa emergência, o exército anunciou uma trégua temporária até 22 de abril, seguindo passos semelhantes tomados por grupos armados de resistência ao regime militar.

Apesar do cessar-fogo declarado, o governo advertiu que tomará medidas "necessárias" contra grupos opositores que utilizarem o período para reorganizar ou lançar ataques. Essa postura gera incertezas sobre a efetividade da pausa nas operações militares para facilitar a chegada de ajuda humanitária às populações afetadas.

Na vizinha Tailândia, o terremoto também causou devastação significativa, especialmente na capital, Bangkok, onde um arranha-céu em construção desabou. Autoridades locais informaram que 22 pessoas morreram e 35 ficaram feridas no incidente. As buscas por possíveis sobreviventes continuam em meio aos escombros, com indícios de sinais de vida detectados em algumas áreas.

As consequências do terremoto em Mianmar e Tailândia destacam a urgência de cooperação internacional para mitigar tanto os efeitos imediatos quanto os desafios estruturais enfrentados por essas regiões. Com infraestruturas comprometidas e vulnerabilidades sociais expostas, a resposta global será crucial para evitar que a tragédia se agrave ainda mais.