No estado de Wisconsin, os eleitores decidiram pela nomeação de uma juíza apoiada pelo Partido Democrata para integrar o tribunal supremo estadual, após um pleito judicial que se tornou o mais caro da história dos Estados Unidos. Susan Crawford está à frente de seu rival conservador, Brad Schimel, mantendo assim a maioria liberal no tribunal. A disputa atraiu atenção nacional, com figuras como Elon Musk, conselheiro bilionário do presidente Donald Trump, desempenhando papéis significativos na arrecadação de fundos e nas estratégias de campanha. Com gastos superiores a US$ 100 milhões, o resultado tem implicações amplas, potencialmente impactando o equilíbrio de poder no Congresso americano.
A vitória de Susan Crawford sobre Brad Schimel simboliza uma derrota para Trump em um estado-chave para as eleições presidenciais. Embora tenha triunfado por uma margem mínima em novembro passado, o atual resultado reflete mudanças significativas no panorama político local. Crawford, ex-advogada privada do Planned Parenthood e defensora dos direitos reprodutivos, conquistou cerca de 55% dos votos com aproximadamente três quartos das urnas contadas. Este cenário ocorreu mesmo com o apoio maciço de Elon Musk, cujo financiamento ultrapassou US$ 20 milhões.
O envolvimento de Musk na campanha foi alvo de críticas generalizadas, especialmente entre os eleitores democratas em Milwaukee, onde houve recordes históricos de participação eleitoral. Durante eventos políticos realizados no domingo anterior ao pleito, Musk distribuiu cheques milionários aos eleitores que assinaram petições contra "juízes ativistas". Além disso, sua comissão política incentivou cidadãos a fotografarem residentes de Wisconsin em locais de votação segurando imagens de Schimel, oferecendo recompensas financeiras.
Ainda assim, o apoio conservador permaneceu firme, particularmente entre eleitores leais a Trump. Um defensor de Schimel destacou a necessidade de consolidar as realizações do presidente republicano, enquanto outros criticavam influências externas de bilionários como Musk e George Soros. O papel do tribunal supremo de Wisconsin será crucial nos próximos anos, abrangendo questões sensíveis como aborto e redistribuição legislativa antes das eleições de meio de mandato em 2026 e das presidenciais em 2028.
Apesar do revés em Wisconsin, os republicanos conseguiram manter dois assentos importantes no congresso durante eleições especiais na Flórida. Esses resultados são vistos como indicadores do clima político que antecede as eleições de meio de mandato do próximo ano. Enquanto isso, o debate em torno do emenda constitucional exigindo identificação de eleitores em Wisconsin continua sendo um ponto de divisão partidária, com Crawford expressando sua oposição à medida.