No último ataque devastador em solo ucraniano, a capital Kiev sofreu severos danos com mísseis e drones russos, resultando em pelo menos oito mortes e 77 feridos. Este incidente, o mais letal desde julho, ocorreu enquanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky estava em viagem à África do Sul. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, relatou incêndios em seis áreas da cidade e expressou preocupações sobre pessoas possivelmente presas sob os escombros. Paralelamente, as tensões diplomáticas aumentaram, especialmente após declarações contundentes do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, criticando a abordagem pacífica de Zelensky. Enquanto isso, a visita de Zelensky à África do Sul marca uma tentativa estratégica de expandir alianças internacionais.
O ataque russo foi descrito como uma ofensiva brutal que envolveu 11 mísseis balísticos, 55 mísseis de cruzeiro e 145 drones, deixando partes significativas da capital ucraniana em ruínas. A cena é de caos absoluto: edifícios residenciais desabados e incêndios descontrolados tomaram conta de várias regiões. Segundo relatos do prefeito, as equipes de resgate enfrentam dificuldades enormes para alcançar sobreviventes soterrados. Em meio ao luto nacional, Zelensky interrompeu sua visita oficial à África do Sul para lidar com a crise, mas ainda conseguiu se reunir brevemente com o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa.
A reunião entre Zelensky e Ramaphosa trouxe à tona questões delicadas sobre a guerra e as mudanças geopolíticas globais. Durante o encontro, que incluiu representantes políticos, civis e estudantis africanos, Zelensky enfatizou a necessidade de um "envolvimento ativo" das nações G20 nos esforços diplomáticos para promover a paz justa. A BBC destacou que essa reunião seria impensável há dois anos, quando a África do Sul se recusava a condenar a invasão russa da Ucrânia. No entanto, as relações evoluíram, e ambos os países agora compartilham interesses comuns em suas disputas com Washington.
Enquanto isso, vozes de vítimas no terreno ecoaram amplamente nas redes sociais. Lilya Yadamenko, uma moradora de 52 anos cujo prédio vizinho desabou, expressou sua frustração com o silêncio ocidental sobre o conflito. Ela afirmou que crimes contra civis estão sendo cometidos com a anuência tácita do mundo ocidental, advertindo que tal indiferença pode impactar toda a humanidade. Do outro lado, Moscou acusou Kyiv de violar o cessar-fogo da Páscoa, afirmando que Zelensky não cumpre acordos internacionais.
Ao retornar às questões militares, Zelensky relatou que cerca de 70 mísseis foram lançados contra a Ucrânia durante a madrugada, intensificando ainda mais o clima de tensão. Embora tenha cancelado parte de sua agenda africana, ele delegou o restante da viagem ao ministro das Relações Exteriores. Esses eventos demonstram a complexidade crescente das negociações diplomáticas em tempos de guerra, refletindo tanto as falhas quanto os avanços nas relações internacionais contemporâneas.