O Tribunal de Apelações do Circuito de D.C. tomou uma decisão crucial, permitindo ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitir dois membros nomeados por democratas em agências independentes. Com um veredicto de 2 a 1, o tribunal declarou que as restrições ao poder presidencial para remover funcionários do ramo executivo são inconstitucionais. Essa decisão marca um avanço significativo no esforço contínuo da administração Trump para consolidar controle sobre essas instituições.
A questão central envolve duas figuras principais: Gwynne Wilcox, membro do Conselho Nacional de Relações de Trabalho (NLRB), e Cathy Harris, da Junta de Proteção do Sistema de Mérito (MSPB). Ambos foram demitidos pelo presidente nos primeiros meses de 2023. Tradicionalmente, essas agências desempenham suas funções com certa autonomia, graças à estrutura bipartidária estabelecida pelo Congresso, onde os membros servem mandatos alternados. No entanto, o governo Trump argumenta que a Constituição concede ao presidente autoridade irrestrita para contratar e demitir dentro do ramo executivo, questionando assim as normas históricas de funcionamento dessas agências.
A decisão judicial tem amplas implicações para o futuro das agências independentes nos Estados Unidos. Se a jurisprudência estabelecida no caso Humphrey's Executor for anulada, abre-se a possibilidade de que o presidente Trump exerça influência direta sobre outras instituições cruciais, como o Federal Reserve. Especialistas em direito e economistas alertam que tal mudança pode comprometer a estabilidade econômica nacional. Um grupo de professores de direito submeteu uma petição ao Supremo Tribunal, destacando preocupações sobre possíveis consequências negativas. Eles enfatizam que a operação segura do Federal Reserve é vital para manter a solidez da economia americana, e qualquer incerteza nesse aspecto pode gerar instabilidade financeira e política duradoura.
A independência das agências reguladoras é essencial para garantir que decisões importantes sejam tomadas com base em princípios técnicos e não em pressões políticas momentâneas. A preservação dessa autonomia protege tanto a integridade das instituições quanto o bem-estar da sociedade. Portanto, é crucial que qualquer ajuste nas normas existentes seja feito com cautela, considerando o impacto a longo prazo em áreas fundamentais como a economia e a justiça trabalhista.