O primeiro-ministro sul-coreano, Han Duck-soo, foi restabelecido em seu posto após o tribunal constitucional do país anular sua destituição. Este desfecho agita ainda mais os ânimos antes de uma decisão crucial sobre a tentativa do presidente Yoon Suk Yeol de impor lei marcial no ano anterior. Durante meses, a política sul-coreana tem sido marcada por tensões que paralisaram o governo, coincidindo com preocupações crescentes sobre o crescimento econômico e as repercussões das políticas comerciais e de segurança dos Estados Unidos lideradas pelo ex-presidente Donald Trump.
No contexto de um outono político intenso na Coreia do Sul, o tribunal constitucional tomou uma decisão significativa ao retornar Han Duck-soo à presidência interina imediatamente após anular sua suspensão. A situação se complicou quando Han recusou-se a preencher três vagas no tribunal constitucional, levando ao seu próprio impeachment. Contudo, a corte decidiu que não havia evidências suficientes para sustentar acusações contra ele por interferir ativamente nas funções do tribunal. O ministro das Finanças, Choi Sang-mok, assumiu temporariamente o papel até a resolução do caso.
Han expressou gratidão pela decisão judicial, enfatizando que o governo iniciaria tratando das questões mais urgentes. A controvérsia envolvendo Yoon e sua tentativa de declarar lei marcial permanece pendente, com debates sobre a legalidade da medida e acusações criminais relacionadas à suposta ordem de tropas invadirem o parlamento.
A divisão interna no tribunal constitucional reflete as profundas polarizações políticas no país. Cinco dos oito juízes votaram para descartar o pedido de impeachment contra Han, enquanto dois rejeitaram completamente e um apoiou a manutenção da suspensão. Especialistas como Kim Man-heum sugerem que a decisão final sobre Yoon será igualmente fragmentada, capturando as opiniões divididas da população sul-coreana.
A decisão recente sublinha a complexidade da crise política enfrentada pela Coreia do Sul. Ela demonstra a necessidade de equilibrar decisões judiciais com pressões políticas em meio a incertezas econômicas globais.
Como observador externo, esta narrativa política serve como lembrete importante sobre a importância da estabilidade institucional. A capacidade de um sistema democrático de gerenciar crises sem comprometer seus princípios fundamentais é essencial para evitar maiores instabilidades. A situação também ilustra como disputas legais podem ser usadas como ferramentas políticas, destacando a necessidade de reformas estruturais para mitigar tais conflitos no futuro.