O encontro entre o senador norte-americano Chris Van Hollen e Kilmar Abrego Garcia, um cidadão salvadorenho deportado dos Estados Unidos de maneira controversa, gerou acusações de manipulação por parte do governo de El Salvador. A reunião, inicialmente simples, ganhou contornos políticos quando bebidas tropicais foram adicionadas à mesa, criando uma imagem que o senador descreveu como enganosa. O caso envolve alegações de erro na deportação, a recusa de ambos os governos em repatriar Garcia, e as condições de sua detenção no país.
No calor da primavera centro-americana, o senador democrata Chris Van Hollen visitou El Salvador para investigar o caso de Kilmar Abrego Garcia, um residente legal nos EUA que foi deportado erroneamente pelo governo Trump em março, apesar de uma ordem judicial proibindo tal ação. Durante a reunião realizada em um hotel em San Salvador, Garcia relatou ao senador que havia sido transferido de um centro de confinamento de alta segurança para um local com melhores condições, sugerindo que o governo salvadorenho estava tentando melhorar sua imagem pública.
Inicialmente, a equipe de Nayib Bukele propôs que a conversa ocorresse à beira da piscina do hotel, mas Van Hollen insistiu em um ambiente mais formal, como o restaurante. Mais tarde, durante a reunião, surgiram drinks exóticos na mesa, adornados com cerejas vermelhas, levando o senador a questionar a intenção de criar uma narrativa falsa de bem-estar para Garcia. Bukele compartilhou fotos desses momentos nas redes sociais, utilizando frases irônicas sobre "paraísos tropicais".
A esposa de Garcia, Jennifer Vasquez Sura, expressou sua tristeza publicamente, enquanto Van Hollen destacou que Garcia não teve contato com o mundo exterior desde sua deportação. Após a reunião, seu paradeiro permaneceu incerto.
Do ponto de vista de um jornalista, este episódio ilustra como questões humanitárias podem ser distorcidas por interesses políticos. A história de Garcia serve como um lembrete da importância de manter transparência e responsabilidade nas relações internacionais, além de garantir que os direitos individuais não sejam sacrificados em nome de agendas governamentais.