Uma estudante de 21 anos, residente permanente legal nos Estados Unidos desde os sete anos, está processando a administração Trump após tentativas de deportá-la por sua participação em protestos pró-Palestina. Yunseo Chung foi alvo de mandados de busca em suas instalações universitárias, incluindo seu alojamento. A ação judicial busca impedir sua detenção e deportação, alegando violações dos direitos constitucionais. Este caso ocorre após a recente detenção de Mahmoud Khalil, um ativista proeminente, que mediou negociações entre autoridades universitárias e manifestantes.
Ao participar de protestos contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza, Chung não assumiu um papel público tão visível quanto o de Khalil. O Departamento de Segurança Interna afirmou que sua conduta era preocupante, mencionando sua prisão durante uma manifestação em Barnard College. O processo desafia o que descreve como um padrão de perseguição àqueles associados a protestos pelos direitos palestinos, retaliando por meio de medidas de imigração. Outros estudantes universitários também enfrentam deportação por envolvimento em tais protestos.
O caso de Yunseo Chung reflete uma luta jurídica ampla contra práticas que restringem liberdades fundamentais. A administração Trump iniciou esforços para prender e deportar Chung dias após um protesto em março de 2025. Em resposta, agentes do ICE emitiram um mandado de prisão e procuraram-na em sua residência parental. Seus advogados argumentam que essas ações constituem retaliação contra expressões políticas protegidas pela Primeira Emenda.
A administração invoca a Lei de Imigração e Nacionalidade, que permite deportar não-cidadãos considerados adversários dos interesses de política externa e segurança nacional dos EUA. Essa lei concede amplo poder ao governo para determinar motivos de deportação, gerando controvérsias sobre abuso de autoridade. Além disso, as acusações levantadas no processo destacam um padrão consistente de perseguição a indivíduos envolvidos em movimentos pró-Palestina, ameaçando direitos fundamentais de livre expressão e associação.
Este cenário afeta não apenas Chung, mas outros estudantes universitários cuja estadia nos EUA está sob ameaça devido às suas atividades políticas. Momodou Taal, estudante de doutorado na Cornell, e Ranjani Srinivasan, estudante internacional da Columbia, são exemplos adicionais dessa tendência preocupante. A revogação de vistos e green cards impacta diretamente suas carreiras acadêmicas e pessoais, além de criar um ambiente de medo em comunidades estudantis.
A situação também tem implicações institucionais significativas. O governo reduziu $400 milhões em financiamento para a Universidade de Columbia, alegando falhas na combate ao antissemitismo no campus. Em resposta, a universidade adotou medidas exigidas pelas autoridades, como identificação obrigatória para manifestantes, comprometendo princípios de autonomia acadêmica. Este contexto revela tensões crescentes entre liberdade de expressão e controle governamental, colocando em risco tanto direitos individuais quanto estruturas educacionais.