No final da última terça-feira, autoridades de imigração dos Estados Unidos detiveram uma estudante de doutorado turca que estuda na Universidade Tufts, próxima a Boston. A universidade e o advogado da jovem confirmaram a revogação do visto dela. O incidente envolvendo Rumeysa Ozturk ocorreu próximo à sua residência em Somerville, Massachusetts. Seu caso levou ao arquivamento de um processo judicial no tribunal federal de Boston, onde foi argumentado que sua detenção era ilegal. Em resposta, uma juíza distrital ordenou às autoridades de imigração e alfândega dos EUA que não movessem Ozturk fora de Massachusetts sem antes dar aviso prévio e mantê-la no estado por pelo menos 48 horas após.
Rumeysa Ozturk, de 30 anos, é bolsista Fulbright e aluna do programa de doutorado em Estudos Infantis e Desenvolvimento Humano da Universidade Tufts. Anteriormente, ela estudou na Universidade Columbia. Segundo seu perfil no LinkedIn, ela também co-escreveu um artigo editorial no jornal estudantil da universidade criticando a resposta institucional a pedidos para desinvestir de empresas com laços com Israel e reconhecer "o genocídio palestino". Ela estava no país com visto F-1, conforme afirmado por seu advogado.
O caso reacende debates sobre questões migratórias nos EUA. Apesar das tentativas legais, representantes do Departamento de Segurança Interna dos EUA e da Agência de Imigração e Alfândega (ICE) não responderam aos pedidos de comentário até o momento. Este contexto lembra outro caso recente envolvendo Yunseo Chung, uma estudante de 21 anos da Universidade Columbia presa por participar de manifestações pró-Palestina. Um juiz federal ordenou que a administração Trump parasse seus esforços para deportá-la, citando ausência de perigo à comunidade ou risco diplomático.
A situação de Ozturk reflete tensões crescentes entre políticas de imigração e os direitos acadêmicos. Sua trajetória como estudante internacional ilustra desafios enfrentados por muitos estudantes estrangeiros nos EUA. As repercussões legais e sociais deste caso continuam sendo monitoradas atentamente tanto dentro quanto fora das fronteiras americanas.