Um painel de três juízes do Tribunal de Apelações do Circuito de D.C. decidiu, por maioria de votos, rejeitar a solicitação da Casa Branca para reiniciar deportações sob uma autoridade de guerra raramente usada. A decisão mantém suspensas as deportações rápidas ordenadas pelo governo Trump contra supostos membros de gangues venezuelanas sob a Lei dos Inimigos Estrangeiros de 1798. O governo planeja recorrer ao Supremo Tribunal.
No dia 22 de março de 2025, em um momento crucial da política migratória, um tribunal federal tomou uma decisão significativa ao impedir o governo dos Estados Unidos de proceder com deportações expressas de indivíduos acusados de pertencerem a organizações criminosas estrangeiras. Esse desenvolvimento ocorreu em meio a controvérsias legais sobre o uso da Lei dos Inimigos Estrangeiros, uma legislação antiga criada originalmente para lidar com emergências de guerra.
A decisão foi proferida por dois juízes, Patricia Millett e Karen Henderson, que enfatizaram a necessidade de garantir processos justos aos indivíduos antes de sua remoção forçada. Em seu parecer concordante, Millett destacou como os supostos membros das gangues estavam sendo privados de qualquer oportunidade de contestar suas acusações ou demonstrar que não pertenciam às organizações criminosas mencionadas. Ela argumentou que isso violava princípios fundamentais devido processo legal.
Já o juiz Justin Walker, nomeado pelo presidente Trump, discordou, sugerindo que a manutenção da ordem judicial poderia causar danos irreparáveis à diplomacia internacional e à segurança nacional. Ele também afirmou que os demandantes deveriam ter apresentado seus casos no local onde estavam detidos, especificamente no Texas, e não em Washington, D.C.
O caso envolve organizações defensoras dos direitos civis, como a ACLU e Democracy Forward, que entraram com uma ação legal para impedir o uso dessa lei durante períodos de paz. Eles sustentam que o presidente não pode aplicar poderes de guerra sem base legal adequada.
O governo Trump criticou duramente a decisão, afirmando que ela compromete a autoridade presidencial de proteger os cidadãos americanos de ameaças estrangeiras.
Com essa decisão, o tribunal reafirma a importância do sistema de freios e contrapesos na democracia americana, ao mesmo tempo em que abre espaço para discussões mais amplas sobre questões de imigração e segurança nacional.
De forma geral, esse episódio demonstra como o equilíbrio entre segurança nacional e direitos individuais continua sendo um tema complexo e debatido nos tribunais. É evidente que, enquanto o governo busca meios de fortalecer sua postura em matéria de imigração, os tribunais têm um papel essencial em assegurar que tais medidas respeitem as leis constitucionais vigentes.