Uma estudante turca e aluna de doutorado na Universidade Tufts foi detida pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), apesar de uma ordem judicial que proibia sua remoção do estado de Massachusetts. A situação levantou questões sobre liberdade acadêmica e direitos civis, especialmente após acusações não comprovadas de apoio a organizações terroristas.

O caso despertou preocupações em relação às práticas de deportação e à vigilância de ativistas pró-Palestina nos campi universitários americanos. A defesa da estudante apresentou um pedido de emergência para sua libertação, enquanto autoridades argumentam que ela estaria envolvida em atividades suspeitas.

Ordens Judiciais Ignoradas

A despeito de uma decisão judicial que exigia 48 horas de aviso antes de transferir Rumeysa Ozturk fora de Massachusetts, o DHS a enviou para uma prisão em Louisiana. Este movimento gerou controvérsia e questionamentos sobre a legalidade das ações governamentais.

A juíza Indira Talwani havia emitido anteriormente uma ordem solicitando explicações do governo sobre a detenção de Ozturk. No entanto, o DHS violou tal determinação ao transferi-la sem notificação adequada. A advogada Mahsa Khanbabai denunciou a ausência de comunicação eficaz entre as partes, destacando como tal atitude compromete os direitos fundamentais da estudante. Além disso, o DHS afirmou que a prisão ocorreu devido a supostas ligações com grupos extremistas, acusações que permanecem sem evidências concretas.

Repressão Acadêmica e Liberdade de Expressão

O caso de Ozturk reflete um padrão crescente de repressão contra ativistas estudantis pró-Palestina nos Estados Unidos. Muitos veem essa detenção como uma tentativa de silenciar vozes críticas dentro das instituições educacionais.

Organizações como o Conselho Americano-Islâmico de Relações (CAIR) manifestaram forte repúdio à forma como a estudante foi abordada pelas autoridades. A alegação de apoio ao Hamas, feita pelo DHS, carece de provas substanciais, o que alimenta debates sobre o uso inadequado de leis antiterroristas. Amigos e colegas de Ozturk enfatizam seu histórico de comportamento pacífico e engajamento construtivo no campus, contradizendo qualquer implicação de extremismo. Em resposta, grupos de defesa planejam protestos para exigir sua liberação imediata, destacando a necessidade de proteger a liberdade de expressão em ambientes acadêmicos.