As autoridades sul-coreanas enfrentam incêndios florestais que dobraram de tamanho em apenas um dia, configurando o pior desastre natural causado por fogo na história do país. Pelo menos 26 pessoas morreram e centenas de construções foram destruídas na província de Gyeongsang do Norte, expondo os impactos devastadores das condições climáticas extremas. O desastre evidencia as consequências do aquecimento global, com áreas afetadas registrando metade da média de chuvas sazonais e um aumento significativo no número de incêndios este ano.

Impacto Devastador dos Incêndios Florestais

O surto de incêndios florestais tem causado estragos sem precedentes na Coreia do Sul, especialmente na região de Gyeongsang do Norte, onde mais de 36 mil hectares foram consumidos pelas chamas. Cerca de 37 mil pessoas precisaram ser deslocadas, incluindo muitas vítimas idosas. Estruturas históricas, como templos antigos, também não escaparam à devastação, levantando preocupações sobre a preservação do patrimônio cultural. O governo mobilizou milhares de profissionais e helicópteros para conter o avanço das chamas, mas o clima seco e os ventos fortes dificultam os esforços.

A rápida propagação dos incêndios tem deixado as autoridades alarmadas. Mais de 9 mil pessoas e cerca de 120 helicópteros estão envolvidos nas operações de combate ao fogo. Apesar dos esforços iniciais para controlar as chamas, condições climáticas adversas permitiram que os incêndios retornassem com força total. Entre as perdas, destaca-se o complexo do templo Gounsa, cujas construções datam do século VII. A falta de chuva significativa nas áreas afetadas torna ainda mais difícil extinguir completamente as chamas.

Causas e Consequências Climáticas

Especialistas apontam para a mudança climática como um dos principais fatores responsáveis pela intensidade e frequência desses incêndios. O aumento das temperaturas anuais no país contribui para secar o solo, criando condições ideais para incêndios florestais. Além disso, a escassez de chuvas nesta temporada exacerbou a situação crítica, transformando paisagens já secas em combustível perigoso para o fogo.

O fenômeno é visto como uma ilustração direta dos efeitos do aquecimento global. Professores e cientistas climáticos sul-coreanos destacam que, embora outros fatores possam estar envolvidos, como erros humanos na origem de alguns focos de incêndio, mudanças climáticas globais têm influenciado diretamente essas alterações. Duas áreas tombadas pela Unesco correm risco iminente, com medidas emergenciais sendo adotadas para protegê-las contra as chamas. As previsões indicam pouca melhora no clima nos próximos dias, reforçando a necessidade de estratégias adaptativas mais robustas para lidar com eventos climáticos extremos futuros.