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Investigação Revela Erros Graves em Ataque a Equipes Médicas na Faixa de Gaza
2025-04-20

No domingo, uma investigação conduzida por Israel revelou uma série de falhas profissionais que culminaram na morte de 15 paramédicos palestinos em Gaza no mês passado. A tragédia ocorreu durante operações militares israelenses e levou ao afastamento de um comandante adjunto, punição considerada uma das mais severas desde o início da guerra há 18 meses. O relatório indica que as ambulâncias estavam claramente identificadas e não representavam ameaça alguma, desafiando versões iniciais apresentadas pelas forças israelenses.

Detalhes do Incidente e Resultados da Investigação

Em uma manhã sombria em Tel al-Sultan, distrito sul da cidade de Rafah, equipes médicas foram brutalmente atacadas antes do amanhecer em 23 de março. Entre os mortos estavam oito membros da Crescente Vermelho, seis trabalhadores da Defesa Civil e um funcionário da ONU. As vítimas foram enterradas em uma vala comum após seus corpos serem esmagados por máquinas pesadas, dificultando o acesso imediato às autoridades humanitárias. Quinze minutos depois do incidente inicial, tropas israelenses também abriram fogo contra um veículo da ONU, resultando em mais uma morte.

A investigação aponta que o erro ocorreu devido à baixa visibilidade noturna, fazendo com que o comandante adjunto interpretasse erroneamente as ambulâncias como pertencentes ao Hamas. No entanto, vídeos recuperados mostram claramente que as luzes de emergência estavam ativadas e os veículos exibiam logos reconhecíveis. Sem sinais de comportamento ameaçador, os paramédicos foram alvejados por disparos incessantes que duraram mais de cinco minutos.

As descobertas confirmaram que nenhum dos paramédicos estava armado, nem houve evidências de execução ou ligação direta com o Hamas em todos os casos. Apesar disso, o relatório menciona que seis dos mortos eram supostamente combatentes do grupo. A decisão de esmagar as ambulâncias foi classificada como equivocada, mas negou-se qualquer tentativa de encobrir o evento.

O chefe da divisão investigativa militar enfatizou que o corpo médico foi informado sobre o incidente no mesmo dia e auxiliado na localização dos corpos posteriormente. Resta saber se o Procurador Militar Geral decidirá avançar com acusações criminais, enquanto o Tribunal Penal Internacional mantém suas críticas à conduta militar israelense.

Desde o início do conflito em outubro de 2023, ataques israelenses mataram mais de 150 trabalhadores de emergência e milhares de civis palestinos, devastando Gaza e exacerbando tensões globais.

Como jornalista, este caso reforça a necessidade de transparência absoluta nas investigações militares. A vida de civis inocentes não pode ser sacrificada por mal-entendidos operacionais ou falta de comunicação adequada. Esperamos que tanto Israel quanto o Hamas aprendam com essas tragédias e priorizem soluções pacíficas para evitar futuros derramamentos de sangue.

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