O julgamento de sete profissionais médicos acusados de negligência no caso da morte do lendário jogador Diego Maradona continua a atrair atenção internacional. Durante o processo, Veronica Ojeda, ex-esposa de Maradona, e um médico debateram a decisão controversa de permitir que o antigo astro retornasse para casa após uma cirurgia em vez de continuar sob observação hospitalar. O caso, que ocorreu nos arredores de Buenos Aires, questiona as práticas médicas aplicadas ao ícone argentino durante seus últimos dias.
Veronica Ojeda descreveu momentos angustiantes relacionados ao estado de saúde de Maradona antes de sua morte repentina em 2020. Em seu testemunho, ela afirmou que sentia medo pela forma como ele estava sendo tratado. "Tinha medo de tudo. Cada vez que eu saía, ele me pedia para levá-lo", relatou, emocionada. Além disso, criticou duramente os réus, incluindo Luciano Luque e Agustina Cosachov, afirmando que eles enganaram a família com suas decisões médicas.
A descrição detalhada das condições precárias em que Maradona vivia nos dias finais chocou muitos presentes no tribunal. Ojeda explicou que, durante sua última visita, o ambiente onde Maradona se encontrava tinha um cheiro forte de urina e fezes. Ela pediu que ele tomasse banho e se barbeasse, pois considerava inadequado que alguém tão icônico estivesse em tal situação.
Um dos pontos mais marcantes foi quando Ojeda soube da morte do ex-marido pelo rádio enquanto dirigia com seu filho, Dieguito. Ao chegar à residência de Tigre, onde Maradona estava sob cuidados médicos, ela encontrou o corpo inchado e com espuma na boca. O impacto foi tão grande que ela desmaiou imediatamente após ver a cena.
A defesa dos sete profissionais nega qualquer responsabilidade direta pela morte de Maradona, argumentando que todos os cuidados necessários foram tomados. No entanto, a acusação insiste que falhas graves nas práticas médicas podem ter contribuído para o desfecho fatal. Se condenados, os réus podem enfrentar penas que variam entre oito e 25 anos de prisão. Este julgamento, que deve se estender até julho, promete trazer ainda mais revelações sobre as circunstâncias que cercaram a morte de uma lenda esportiva.
O testemunho de Veronica Ojeda trouxe à tona não apenas questões legais, mas também uma visão pessoal e emocional do sofrimento de Maradona em seus últimos dias. Este caso reforça a importância de garantir cuidados médicos adequados, especialmente para figuras públicas vulneráveis. À medida que o julgamento avança, espera-se que mais evidências venham à tona para esclarecer completamente o papel dos profissionais envolvidos na tragédia.