O presidente Donald Trump assinou, na quinta-feira, uma ordem executiva direcionada ao Instituto Smithsonian, um gigante no campo da pesquisa e museus que opera mais de 20 centros de museus e pesquisa. Visitado por milhões anualmente em Washington DC e Nova York, o Smithsonian inclui importantes instituições como o Museu Nacional de Arte Africana, a Galeria Nacional de Retratos, o Museu Nacional do Índio Americano e o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana (NMAAHC), mencionado especificamente na ordem. A medida ordena ao vice-presidente JD Vance eliminar ideologias impróprias ou divisivas nos museus do Smithsonian.

A história do Smithsonian remonta ao século XIX, quando James Smithson legou sua fortuna para criar uma instituição voltada ao "aumento e difusão do conhecimento". Com um orçamento que excede US$ 1 bilhão, o Smithsonian abriga mais de 150 milhões de itens em suas coleções, sendo apenas 1% exposto ao público. Embora não seja uma agência governamental, é supervisionada por um conselho regente composto por figuras notáveis, incluindo o presidente do Supremo Tribunal e o vice-presidente.

A ordem também alveja específicos museus, como o Museu de História das Mulheres Americanas e o Museu de Arte Americana do Smithsonian, criticando exposições que exploram questões raciais. Curiosamente, Trump já visitou o NMAAHC anteriormente, elogiando sua contribuição para o patrimônio nacional. Contudo, críticas ao conteúdo educativo e artístico desses espaços levantaram preocupações sobre censura.

No passado, o Smithsonian enfrentou tentativas de censura, como a retirada de um vídeo controverso em 2010 após pressão de grupos religiosos e políticos. Eventos planejados por funcionários LGBTQ+ também foram cancelados recentemente, refletindo um padrão de interferência externa.

A tensão entre a missão educativa do Smithsonian e as pressões políticas continua evidente. Enquanto a instituição busca representar múltiplas perspectivas históricas e culturais, a nova ordem ameaça limitar essa diversidade. O desafio agora será equilibrar a educação pública com os interesses políticos crescentes.