Um juiz federal dos Estados Unidos ordenou que a administração Trump preservasse todas as mensagens trocadas no aplicativo Signal, em um grupo de bate-papo envolvendo altos funcionários do governo. Esse grupo foi usado para discutir uma operação militar confidencial e acidentalmente incluiu um jornalista na conversa. A decisão do juiz James Boasberg busca garantir que essas mensagens não sejam perdidas, considerando que o aplicativo está configurado para excluir automaticamente as mensagens após certo período. O caso gerou preocupações sobre a segurança nacional e levantou questões legais relacionadas à preservação de registros oficiais.
O episódio ganhou notoriedade quando Mike Waltz, assessor de segurança nacional, adicionou inadvertidamente Jeffrey Goldberg, editor-chefe da revista The Atlantic, a um grupo no Signal onde detalhes de uma operação militar contra alvos rebeldes Houthis no Iêmen foram compartilhados. As mensagens incluíam informações sensíveis, como horários de lançamento de aviões de combate F-18, o momento previsto para o impacto das primeiras bombas e o lançamento de mísseis Tomahawk navais. Além disso, Waltz forneceu atualizações em tempo real que poderiam revelar os recursos militares dos EUA na região.
A organização sem fins lucrativos American Oversight moveu uma ação judicial alegando que os participantes desse grupo violaram a Lei de Registros Federais, que exige a preservação de comunicações oficiais. Durante uma audiência breve no tribunal federal liderada por Boasberg, representantes da administração Trump afirmaram que as agências envolvidas já estavam tomando medidas para preservar as mensagens individuais. No entanto, ainda não está claro o escopo total desses esforços de preservação.
Adicionalmente, surgiram relatos indicando que algumas das informações compartilhadas por Waltz foram fornecidas por fontes humanas ligadas ao serviço de inteligência israelense. Autoridades israelenses teriam expressado insatisfação com o vazamento das mensagens para o público. Em resposta ao incidente, a Casa Branca instruiu recentemente que o chamado "departamento de eficiência governamental" preserve todas as comunicações realizadas pelo Signal em uma nova política de retenção de registros.
Ainda há dúvidas sobre se o recurso de mensagens que desaparecem no Signal viola as leis federais de preservação de registros. Boasberg determinará essa questão em uma etapa posterior do processo. Enquanto isso, as autoridades continuam buscando formas de garantir que comunicações cruciais não se percam ou comprometam a segurança nacional.
A situação evidencia a complexidade de equilibrar a conveniência de ferramentas tecnológicas modernas com as exigências legais e éticas associadas à condução de negócios governamentais. A decisão do juiz reflete a necessidade urgente de clareza nesses procedimentos, enquanto ressalta a importância de proteger tanto a privacidade quanto a transparência nas operações do Estado.