O Departamento de Educação dos Estados Unidos (ED) anunciou na segunda-feira que retomará as cobranças involuntárias de empréstimos estudantis federais em default a partir de 5 de maio. Essa decisão afetará milhões de tomadores de empréstimos, podendo resultar na apreensão de reembolsos de impostos ou no desconto salarial. Embora muitos defensores e tomadores se oponham à medida, ela é vista como necessária para incentivar o pagamento regular dos empréstimos.
No outono dourado de 2024, o governo federal encerrou uma pausa histórica nos pagamentos de empréstimos estudantis, iniciada em resposta à pandemia de Covid-19 em março de 2020. Durante esse período, os pagamentos foram suspensos, juros zerados e as cobranças de empréstimos em default interrompidas. Agora, seis meses após o término dessa moratória, apenas 38% dos tomadores estão em dia com seus compromissos, um declínio significativo em relação aos 60% pré-pandêmicos. Aproximadamente cinco milhões de tomadores estão oficialmente em default, enquanto outros quatro milhões estão com mais de 90 dias de atraso.
A ED destacou que essas medidas não visam punir, mas sim restaurar incentivos para evitar o default. Para isso, programas como o Treasury Offset Program, que apreende restituições de impostos e benefícios do Seguro Social, serão reativados em breve. Além disso, a agência planeja reintroduzir o desconto salarial administrativo para tomadores em default durante o verão. Os tomadores em default terão duas semanas para regularizar sua situação antes que as consequências entrem em vigor.
Embora essa reativação imediata impacte apenas aqueles já em default antes da pandemia, os tomadores que ainda não começaram a pagar seus empréstimos têm tempo para evitar a cobrança. O anúncio também incluiu planos para intensificar a comunicação com os tomadores, garantindo que todos estejam cientes de suas obrigações e opções de pagamento baseadas na renda.
A Secretária de Educação, Linda McMahon, enfatizou a necessidade de reiniciar os pagamentos, argumentando que "se você é um tomador de empréstimo estudantil federal e não está fazendo pagamentos, deve recomeçar agora". A ED prometeu uma campanha robusta de comunicação para ajudar os tomadores a entenderem a importância do pagamento e fornecer recursos para facilitar esse processo.
De acordo com estimativas, se a tendência atual de inadimplência continuar, cerca de 10 milhões de tomadores poderiam entrar em default até o próximo ano, representando um quarto do portfólio atual de empréstimos.
Por fim, a administração Biden reconheceu a confusão gerada por mensagens mistas ao longo dos anos e busca agora clareza nas comunicações. Isso inclui o processamento novamente de pedidos de Repagamento Baseado na Renda (IDR), que havia sido suspenso desde agosto de 2024.
Como jornalista, vejo esse anúncio como um passo crucial para equilibrar responsabilidade financeira e apoio ao tomador. Embora possa parecer rigoroso, ele serve como lembrete da importância de manter compromissos financeiros. Ao mesmo tempo, oferece oportunidades para quem deseja retornar ao sistema de forma ordenada. Restaurar a saúde do programa de empréstimos estudantis exigirá esforços contínuos e uma abordagem sensível às dificuldades enfrentadas pelos tomadores.