Após a morte de Papa Francisco, figuras como Donald Trump e JD Vance emitiram homenagens públicas, apesar das divergências ideológicas anteriores com o líder religioso. Embora Francisco tenha sido um defensor ardente da migração e dos direitos humanos, criticando abertamente políticas restritivas de ambos os homenageantes, eles expressaram respeito em suas mensagens finais. Trump desejou que o papa "descanse em paz", enquanto Vance destacou uma homilia especial dada pelo pontífice. Este artigo explora as complexas relações entre esses personagens e a influência duradoura de Francisco sobre questões globais.
Papa Francisco dedicou grande parte de seu papado à defesa dos migrantes, posicionando-se firmemente contra medidas anti-imigração defendidas por figuras como Trump e Vance. Durante sua liderança, ele frequentemente criticava atitudes protecionistas e propunha soluções baseadas no amor cristão universal.
Ao longo de quase 12 anos como papa, Francisco fez da causa migratória uma prioridade central em sua mensagem pastoral. Ele não apenas condenou construções de muros como símbolo de divisão, mas também desafiou publicamente as políticas restritivas promovidas por líderes mundiais. Em 2016, durante a campanha presidencial americana, ele afirmou categoricamente que qualquer pessoa que advogasse pela construção de barreiras não poderia ser considerada verdadeiramente cristã. Essa crítica foi dirigida especificamente às propostas de Trump para fortalecer a fronteira entre Estados Unidos e México. Além disso, o papa reforçou sua posição em ocasiões posteriores, denunciando “raid” imigratórios planejados nos Estados Unidos como um "desprestígio" para a humanidade. Sua carta aberta aos bispos americanos em fevereiro reiterou essa visão, chamando as políticas anti-migratórias de "crise maior" para o país.
No campo teológico, Francisco enfrentou conceitos utilizados por Vance e outros para justificar restrições migratórias, oferecendo uma perspectiva mais inclusiva e universalista. Seu legado inclui a defesa de uma ordem moral baseada no amor incondicional.
Em sua correspondência pública, o papa contestou diretamente a ideia de "ordo amoris" (ordem de amor), frequentemente invocada por Vance para defender hierarquias de deveres que priorizam responsabilidades locais ou familiares sobre necessidades mais amplas. Ao contrário dessa interpretação limitada, Francisco enfatizou que o verdadeiro "ordo amoris" deve promover um amor fraterno que abrange todos, sem exceção. Esse argumento ecoou até mesmo em sua última mensagem oficial, lida após o encontro com Vance, onde ele reiterou sua solidariedade com os vulneráveis, marginalizados e migrantes. Além disso, o papa aproveitou a oportunidade para condenar a situação humanitária desastrosa causada pelo conflito prolongado entre Israel e Gaza, demonstrando sua preocupação com questões globais além das fronteiras religiosas ou políticas tradicionais. Sua visão ampla reflete o compromisso de toda uma vida com valores universais de compaixão e igualdade.