O governo Trump substituiu os advogados que haviam revelado falhas em sua batalha legal contra o programa de tarifação congestionada de Nova York. Após um incidente envolvendo a divulgação acidental de um memorando confidencial, questionando a estratégia jurídica do Departamento de Transportes, a divisão civil do Departamento de Justiça assumiu o caso. Este movimento levantou preocupações sobre tentativas de sabotagem e expôs as fragilidades legais do governo federal em sua disputa com autoridades locais.
No último dia da semana passada, o Departamento de Transportes dos Estados Unidos tomou uma decisão incomum: substituir os advogados responsáveis por defender suas posições em um processo judicial relacionado ao programa de tarifação congestionada de Nova York. A mudança ocorreu após a descoberta de que o escritório do procurador dos EUA em Manhattan havia equivocadamente divulgado um memorando confidencial que criticava a abordagem legal adotada pelo departamento. Esse documento apontava sérias dúvidas sobre a viabilidade das razões apresentadas para suspender o plano de pedágio.
De acordo com o conteúdo do memorando, três promotores assistentes argumentaram que o secretário de transportes, Sean Duffy, estava utilizando fundamentos frágeis para justificar o cancelamento do programa de tarifação. Eles sugeriram que uma alternativa mais sólida seria reavaliar a aprovação inicial do governo federal sob a ótica de uma mudança nas prioridades institucionais, em vez de continuar insistindo na ilegalidade do pedágio. Essa sugestão foi feita como parte de uma comunicação típica entre advogados e clientes, mas acabou tornando-se pública em meio a um conflito tenso com a governadora Kathy Hochul e líderes de transporte local, comprometidos em manter o programa funcionando.
A remoção do caso para a divisão civil do Departamento de Justiça em Washington reflete a gravidade do desafio enfrentado pelo governo federal. Autoridades de transporte afirmaram que essa transferência visa proteger os interesses do departamento, enquanto críticos veem a medida como uma tentativa de evitar exposições adicionais das fraquezas estratégicas do governo. O memorando foi retirado do registro público, mas sua breve aparição já havia causado impacto significativo no debate jurídico e político.
Com o caso agora nas mãos de outro grupo de profissionais legais, resta saber se o novo enfoque será suficiente para alterar o rumo da disputa. Enquanto isso, a administração estadual de Nova York continua firme em sua posição de defender a implementação do programa de tarifação congestionada, destacando-o como essencial para melhorar o transporte público e reduzir emissões poluentes na cidade.