O icônico surfista Kelly Slater, com 53 anos de idade, está a encarar um novo capítulo na sua vida após décadas dedicadas ao circuito competitivo. Conhecido por uma abordagem disciplinada que lhe permitiu competir com os melhores até aos dias de hoje, o atleta norte-americano revela agora aspirações para explorar novos destinos além das ondas. Entre viagens planeadas à Mongólia, Noruega e Birmânia, Slater partilha memórias de juventude, desafios enfrentados no mundo do surf e as transformações pessoais que moldaram a sua carreira. Este artigo explora não só as conquistas deste ícone esportivo, mas também como ele continua a evoluir fora da água.
Nascido numa época marcada pelo caos social dos anos 70 na Flórida, Slater reflete sobre influências negativas que poderiam ter desviado seu caminho. “Havia muita festa, drogas, álcool”, recorda ele. Contudo, foi através do surf que encontrou uma rota diferente. O desporto proporcionou-lhe não apenas fama e fortuna, mas também uma perspectiva global única. Ao longo dos anos, Slater tornou-se num símbolo de superação e inspiração, acumulando 11 títulos mundiais e entrando recentemente no prestigiado grupo Laureus World Sports Awards.
A disciplina alimentar e o rigor nas rotinas de descanso são atributos frequentemente mencionados como segredos para sua longevidade. No entanto, o surfista confessa que a maturidade trouxe flexibilidade. Hoje, embora ainda mantenha certas práticas saudáveis, adota uma abordagem mais descontraída em relação à alimentação. "Tento não comer muito açúcar, mas adoro cozinhar", afirma. Ele demonstra habilidades culinárias impressionantes, especialmente com ovos e sobremesas criativas feitas sem açúcar refinado.
Além disso, Slater expressa admiração pela comunidade global do surf, destacando a importância das conexões humanas. Quando questionado sobre o desenvolvimento do surf em países como Portugal, onde apenas dois atletas alcançaram reconhecimento internacional, ele sugere que a concentração de talento pode ser crucial. Referindo exemplos do Brasil e da Flórida, explica que ambientes competitivos internos impulsionam o crescimento colectivo. "Quando há talento concentrado, todos se puxam uns aos outros", sublinha.
Embora tenha reduzido a participação em competições oficiais, Slater garante que ainda aceita convites ocasionais. Para ele, o verdadeiro significado do surf transcende vitórias ou derrotas; trata-se de uma conexão profunda com a natureza e consigo mesmo. Neste contexto, ele também fala sobre momentos familiares que considera preciosos, como passar tempo com o filho pequeno ou relaxar após um dia de surf intenso.
Com planos ambiciosos de viajar pelo mundo, Slater exemplifica como o espírito do surfista pode expandir-se além das praias tradicionais. Seja competindo, cozinhar ou simplesmente vivendo cada momento plenamente, o legado de Kelly Slater continua a crescer, servindo de exemplo para gerações futuras.