O governo dos Estados Unidos relançou, na última sexta-feira, uma versão renovada do site sobre a Covid-19, colocando em destaque a controversa teoria do vazamento de laboratório como parte central de sua narrativa sobre as origens do vírus. Essa mudança representa um desvio significativo em relação ao tom anterior, acusando o ex-presidente Joe Biden e seu principal conselheiro médico, Dr. Anthony Fauci, de suprimir debates sobre a origem do vírus e de gerenciar mal as respostas à pandemia. O novo site agora inclui uma imagem proeminente do presidente Donald Trump e afirma que os democratas e os meios de comunicação desacreditaram tratamentos alternativos e a teoria do vazamento de laboratório.
A nova página explora cinco argumentos principais para sustentar a hipótese do vazamento de laboratório, mencionando a proximidade de Wuhan com o principal laboratório chinês de pesquisa sobre SARS, alegações de protocolos inadequados de biossegurança e a ideia de que as primeiras infecções surgiram de uma única introdução humana. Além disso, critica medidas iniciais da pandemia, como o uso obrigatório de máscaras e o distanciamento social, e acusa a administração anterior de colaborar com plataformas de mídia social para reprimir opiniões alternativas.
O lançamento ocorre semanas após a CIA revisar sua avaliação, sugerindo ser mais provável que o vírus tenha escapado de um laboratório chinês. Outras agências americanas também expressaram pontos de vista semelhantes, embora os níveis de confiança variem. A China nega repetidamente essa teoria, chamando-a de "extremamente improvável".
O website também apresenta cinco pontos-chave que questionam a origem natural do vírus: características biológicas incomuns, casos derivados de uma única introdução humana, falta de biossegurança adequada no Instituto de Virologia de Wuhan, sintomas de gripe relatados por pesquisadores locais antes da descoberta oficial do vírus, e ausência de evidências que confirmem a origem natural do patógeno.
Embora seja importante investigar todas as possibilidades sobre as origens da pandemia, especialistas alertam que tais esforços não devem distrair do trabalho essencial de prevenir novas infecções e tratar pessoas afetadas pela doença. Ao mesmo tempo, o governo Trump planeja uma reestruturação abrangente nas agências de saúde americanas, com cortes previstos de cerca de 10 mil empregos. Essa reforma busca priorizar a prevenção de doenças crônicas.
A pandemia de Covid-19 já causou mais de um milhão de mortes nos Estados Unidos e milhões de casos em todo o mundo. A renovação do site reflete uma mudança estratégica no enfoque da administração Trump sobre as origens do vírus, enquanto amplia o debate público sobre políticas de saúde pública e responsabilidade científica.