Um vídeo recentemente divulgado está reavivando o debate sobre um incidente ocorrido no mês passado, quando mais de uma dezena de trabalhadores de emergência palestinos foram mortos por forças israelenses em Gaza. O material contradiz a versão oficial dada pelas autoridades militares israelenses de que os veículos avançavam de forma suspeita. As imagens mostram ambulâncias claramente identificadas e equipamentos de resgate movendo-se ao amanhecer, com luzes de emergência ativadas. A descoberta do vídeo, encontrado no telefone de um dos 15 membros da equipe de ambulância e resgate mortos, levantou questões internacionais sobre as circunstâncias exatas do ataque.

O vídeo capturado pela frente de um veículo demonstra um comboio de ambulâncias claramente marcadas transitando por uma estrada durante o amanhecer. Os relatórios indicam que essas equipes estavam respondendo a um chamado para socorrer civis feridos. Após a divulgação das imagens, surgiram críticas globais contra Israel, questionando suas justificativas iniciais sobre o incidente. A Defesa Civil Palestina (PRCS) afirmou que entre as vítimas havia membros de sua organização, além de funcionários de defesa civil e de agências da ONU.

As investigações continuam em andamento, mas o vídeo traz à tona novas evidências que desafiam as narrativas anteriores. Ele mostra o momento em que o comboio pára ao encontrar outra ambulância já presente na área, também claramente identificada. Logo após, dispara-se uma intensa troca de tiros, visível e audível nas gravações. Durante cinco minutos adicionais de áudio, escuta-se um paramédico repetindo orações islâmicas tradicionais feitas ao enfrentar a morte, pedindo perdão divino.

A análise de imagens de satélite complementa o contexto, revelando a presença de veículos militares israelenses cercando os veículos de resgate dias antes da recuperação dos corpos. Essas descobertas ampliaram as dúvidas sobre a conduta militar israelense e reforçaram demandas por transparência no caso.

Após a tragédia, o Exército de Defesa de Israel (IDF) anunciou que o incidente estava sob revisão, prometendo examinar todas as alegações, incluindo as documentações circulantes. No entanto, até agora, as explicações fornecidas não convenceram amplamente a comunidade internacional nem esclareceram completamente as circunstâncias envolvendo as mortes desses profissionais humanitários.