Para muitos americanos, a grande questão política é quanta parte do país, como o conhecemos, restará quando Donald Trump deixar a Casa Branca em 2029. Apesar das barreiras constitucionais, como a Emenda 22, que proíbe mais de dois mandatos presidenciais consecutivos, apoiadores de Trump especulam sobre a possibilidade de um terceiro mandato. A ideia tem gerado debates acalorados entre jornalistas e políticos. Enquanto algumas teorias sugerem manobras legais ou até mesmo golpes constitucionais para permitir tal cenário, outras destacam as dificuldades práticas e jurídicas envolvidas. Este debate levanta questões fundamentais sobre a estabilidade democrática e os limites institucionais.
Ainda que não haja uma via constitucional clara para um terceiro mandato, algumas propostas improváveis têm sido mencionadas. Por exemplo, a ideia de Trump se candidatar à vice-presidência e assumir o cargo após a renúncia do presidente eleito é inviável devido às regras da Emenda 12. Outra hipótese seria alterar a Constituição, mas isso exigiria amplo consenso legislativo e estadual, algo altamente improvável no atual contexto político.
A discussão sobre um terceiro mandato de Trump está longe de ser nova. Desde sua primeira campanha, surgiram rumores e conjecturas sobre como ele poderia contornar as limitações impostas pela Constituição. Embora a Emenda 22 seja inequívoca em sua proibição, alguns aliados do ex-presidente sugerem soluções criativas, como buscar cargos alternativos na estrutura governamental para eventualmente retornar ao poder. No entanto, essas estratégias enfrentam desafios legais significativos.
Um dos argumentos mais debatidos é a possibilidade de Trump se candidatar à vice-presidência em 2028 e assumir o posto principal por meio de uma renúncia planejada. Essa ideia, no entanto, é descartada pelo texto constitucional, que vincula inelegibilidades para a presidência também à vice-presidência. Além disso, mesmo que tal esquema fosse tentado, ele dependeria de um nível extraordinário de apoio público e institucional, algo raro até mesmo nos regimes autoritários contemporâneos. Assim, enquanto a especulação continua, as barreiras legais permanecem inabaláveis.
A Constituição americana foi projetada com mecanismos robustos para evitar concentrações excessivas de poder. A Emenda 22, adotada após quatro mandatos consecutivos de Franklin Roosevelt, reflete essa preocupação histórica. Antes de Roosevelt, líderes como George Washington já haviam estabelecido tradições que limitavam o tempo no comando executivo. Qualquer tentativa de contornar essas normas hoje enfrentaria resistência tanto popular quanto judicial. Mesmo modificações constitucionais, como algumas sugerem, demandariam supermajorias difíceis de alcançar no Congresso e nos estados.
Embora teoricamente possível modificar a Constituição para permitir um terceiro mandato, a prática revela enormes obstáculos. Para alterar a Constituição, seria necessário o apoio de dois terços de ambas as casas legislativas e três quartos dos estados. Atualmente, nem mesmo temas amplamente aceitos conseguem passar por esse processo rigoroso. Portanto, qualquer movimento nessa direção exigiria uma transformação radical do sistema político americano, algo improvável sem graves consequências para a democracia. Nesse contexto, as instituições continuam sendo um baluarte contra ambições ilimitadas de poder.