Na última quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou novas tarifas que geraram grande controvérsia. Ao invés de serem baseadas em dados reais de impostos aplicados por outros países sobre produtos americanos, como ele afirmou, as tarifas foram calculadas com uma fórmula complexa que busca ajustar o déficit comercial. Apesar de alegar reciprocidade, esses números não correspondem às taxações efetivas internacionais.
No outono dourado, o governo Trump revelou os cálculos por trás dessas altas tarifas, as mais elevadas vistas nos EUA em décadas. A administração considerou o déficit comercial com diferentes nações: China (34%), União Europeia (20%), Vietnã (46%) e Índia (26%). Curiosamente, Nigéria foi atribuída com apenas 15%. A fórmula matemática utilizada estima que quanto maior o déficit comercial entre os EUA e um país específico, maior deve ser a tarifa aplicada aos seus produtos importados.
A equação sugere que tarifas elevadas aumentariam os preços dos bens estrangeiros nos EUA, desestimulando assim as compras de produtos chineses ou similares. No caso da China, uma tarifa inicial de 67% reduziria as importações americanas significativamente, embora tenha sido anunciada apenas metade deste valor.
Um ponto crucial é que a equipe econômica de Trump supõe que somente 25% do impacto das tarifas seria repassado ao consumidor final, algo contestado por economistas independentes que apontam que praticamente todo o aumento já foi absorvido pelos americanos anteriormente.
Embora reconheça que tarifas elevam preços e alteram hábitos de consumo, o modelo ignora consequências globais maiores, incluindo mudanças nas taxas de câmbio e possíveis retaliações comerciais.
Esse anúncio coloca luz sobre a abordagem econômica de Trump, mas também evidencia incertezas sobre suas implicações práticas. Se o objetivo é realmente fechar o déficit comercial, será necessário avaliar cuidadosamente os custos adicionais para os consumidores americanos e os efeitos colaterais no mercado global. Para muitos analistas, essa medida pode criar mais problemas do que soluções, especialmente se outras nações responderem com tarifas retaliatórias. Contudo, o mérito está em tornar transparente o raciocínio subjacente à decisão governamental.