O Senado dos Estados Unidos votou para barrar as tarifas impostas por Donald Trump ao Canadá, marcando uma rara rejeição à política comercial do presidente. Apesar da decisão não incluir diretamente o novo pacote de tarifas anunciado por Trump contra parceiros comerciais importantes, a medida simboliza um repúdio bipartidário às crescentes tensões comerciais globais lideradas pelo presidente. A questão das tarifas gerou divisões profundas entre republicanos e democratas, com alguns membros do Partido Republicano expressando preocupação sobre os impactos econômicos dessas medidas.
A votação no Senado refletiu uma aliança improvável entre democratas e alguns republicanos que se opõem às tarifas de Trump. Essa coalizão argumenta que as tarifas prejudicariam significativamente as famílias americanas, além de comprometer a segurança nacional ao classificar aliados como inimigos. A senadora Susan Collins destacou os danos financeiros que essas políticas causariam aos residentes do Maine, estado fronteiriço com o Canadá. Ela enfatizou que os aumentos de preços afetariam desproporcionalmente aqueles que menos podem arcar com eles.
A discordância dentro do Partido Republicano ficou evidente durante a discussão no Senado. Enquanto líderes republicanos, como John Thune, defendiam as tarifas como ferramentas necessárias para combater fluxos de fentanil, outros senadores, como Lisa Murkowski e Rand Paul, expressaram sua insatisfação. Eles argumentaram que a maioria do fentanil nos EUA vem da fronteira sul, não do Canadá, questionando assim a justificativa dada por Trump para suas decisões. Além disso, Chuck Schumer, líder da minoria no Senado, ressaltou que o povo americano está começando a perceber os efeitos negativos das tarifas, apontando vitórias recentes dos democratas em eleições especiais.
A rejeição às tarifas de Trump revela um movimento crescente contra sua abordagem protecionista na política comercial. Muitos legisladores estão cada vez mais preocupados com os custos adicionais que essas tarifas imporão aos consumidores americanos, especialmente em um momento de incerteza econômica. A crítica ampliou-se para incluir preocupações sobre a relação bilateral com o Canadá, um importante parceiro comercial e estratégico. A senadora Collins sublinhou que rotular o Canadá como um inimigo seria contraproducente e prejudicial para ambos os países.
No cenário político doméstico, a resistência às políticas de Trump está ganhando força, conforme indicado pelas vitórias democratas em várias eleições especiais. Isso sugere uma mudança gradual nas percepções públicas sobre as consequências das tarifas. Gregory Meeks, principal democrata no Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara, prometeu levar adiante uma votação semelhante na Câmara dos Representantes. Ele criticou os republicanos por evitarem enfrentar diretamente as implicações econômicas das políticas de Trump, pedindo-lhes que assumam uma posição clara sobre os interesses de seus constituintes. Esse movimento pode influenciar futuras decisões legislativas relacionadas ao comércio internacional.