O senador democrata Cory Booker de Nova Jérsei transformou um discurso noturno em protesto contra as políticas do presidente Donald Trump, estendendo-se até a manhã de terça-feira. Booker assumiu o plenário do Senado na noite de segunda-feira, afirmando que permaneceria ali enquanto fosse "fisicamente capaz". Mais de 12 horas depois, ele continuava firme em seu propósito. A situação atual do país não deve ser considerada normal, declarou Booker ao iniciar sua fala. Ele enfatizou que os perigos enfrentados pela democracia e pelo povo americano são graves e urgentes, exigindo uma resposta mais robusta por parte dos legisladores.

Entre suas preocupações, Booker criticou cortes nos escritórios da Seguridade Social e alertou sobre possíveis reduções adicionais na rede de segurança social, apesar das garantias dos legisladores republicanos de que tais programas permanecerão intocados. Durante seu discurso, ele utilizou óculos para leitura e compartilhou cartas de eleitores preocupados com questões como a possível anexação de Groenlândia e Canadá mencionada pelo presidente, bem como uma crise constitucional iminente. "Eu te escuto, eu te vejo, e estou aqui parcialmente graças às mensagens como as suas", respondeu Booker aos seus constituintes. Na manhã seguinte, colegas democratas ofereceram apoio, fazendo perguntas que lhe deram breves pausas, embora ele tenha reiterado que não abandonaria o plenário.

A história do Senado registra discursos longos como forma de protesto, sendo o recorde detido por Strom Thurmond, que falou por 24 horas e 18 minutos contra a Lei de Direitos Civis de 1957. Este exemplo demonstra que a tradição de resistência no Senado é uma ferramenta poderosa para destacar questões cruciais. Com 55 anos, Booker está em seu segundo mandato no Senado e já tentou a presidência em 2020, sem sucesso. Seu esforço reflete um compromisso duradouro com causas sociais e justiça, mostrando que mesmo diante de desafios complexos, a voz do povo pode ecoar nas câmaras legislativas.