O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu recentemente que há maneiras de contornar a limitação constitucional que impede os presidentes americanos de servirem por mais de dois mandatos. Durante uma entrevista na NBC, ele afirmou que existem métodos possíveis para permanecer no cargo além do segundo mandato presidencial.

A conversa levantou questões sobre estratégias como a ideia de ser o vice-presidente em 2028 e assumir posteriormente o papel de presidente. Contudo, especialistas jurídicos argumentam que isso seria inconstitucional, já que a Emenda 22 proíbe explicitamente qualquer pessoa de ser eleita presidente mais de duas vezes. Além disso, houve propostas dentro do Partido Republicano para modificar essa regra, mas elas enfrentam forte resistência.

Possíveis Estratégias Para Contornar Limitações Constitucionais

Donald Trump mencionou indiretamente que há formas de evitar as restrições impostas pela Emenda 22, embora tenha evitado detalhar essas estratégias. Ele negou estar brincando, enfatizando que suas considerações são sérias. Essa ideia foi explorada durante sua entrevista com Kristen Welker, onde especularam teorias como a hipótese de Trump se tornar vice-presidente e depois assumir a presidência.

Embora algumas dessas ideias possam parecer plausíveis à primeira vista, analistas destacam que a Constituição americana já possui proteções contra tal cenário. Por exemplo, a Emenda 12 especifica que ninguém pode ser elegível ao cargo de vice-presidente se não for elegível à presidência. Esse ponto invalidaria qualquer tentativa de Trump buscar um terceiro mandato via essa rota alternativa. Apesar das declarações de Trump, especialistas como Derek Muller afirmam que não existe nenhuma "solução mágica" para driblar essas limitações históricas implementadas após a era de Franklin D Roosevelt.

Reações Políticas e Jurídicas ao Debate Sobre Terceiros Mandatos

Dentro do espectro político, reações ao interesse de Trump por um terceiro mandato têm sido mistas. Algumas vozes republicanas, como Andy Ogles, defendem a revisão da Constituição permitindo até três mandatos presidenciais, desde que eles não sejam consecutivos. No entanto, outras figuras importantes, como o senador Markwayne Mullin, rejeitam completamente a ideia, afirmando que mudanças constitucionais só devem ocorrer mediante amplo consenso nacional.

Alterar as restrições de mandato exigiria uma série de aprovações difíceis de alcançar, incluindo dois terços dos votos tanto no Senado quanto na Câmara, além do apoio de três quartos das legislaturas estaduais. Isso faz com que qualquer tentativa de mudança seja altamente improvável no contexto atual. A história da Emenda 22 reflete justamente esse tipo de preocupação, sendo ratificada em 1951 após o precedente incomum de Franklin D Roosevelt, cuja liderança atravessou períodos críticos como a Segunda Guerra Mundial. Assim, enquanto Trump continua provocando debates sobre o tema, a estrutura legal permanece firme contra tais aspirações.