O Papa Francisco, inspirado pelo santo italiano Francisco de Assis, tomou medidas durante sua vida para simplificar os rituais associados à sua morte. Ele desejava que esses procedimentos fossem mais acessíveis e próximos da simplicidade que sempre defendeu. As diretrizes do funeral seguem o "Ordo Exsequiarum Romani Pontificis", um livro litúrgico revisado por Francisco no ano anterior à sua morte. Ao contrário dos papas anteriores, seu corpo foi colocado imediatamente em um caixão aberto para permitir que as pessoas prestassem suas homenagens.
Diego Ravelli, mestre das cerimônias apostólicas, explicou que Francisco buscava adaptar os rituais de modo que o funeral refletisse a figura de um pastor e discípulo de Cristo, distante de qualquer aparência de poder mundano. A analista vaticana Elise Allen destacou que Francisco, o primeiro pontífice argentino, é conhecido como o "papa da simplicidade". Em Buenos Aires, ele já vivia de forma modesta e trouxe essa filosofia para o papado.
No testamento deixado por Francisco, ele instruiu que sua sepultura deveria ser simples, diretamente no solo, sem adornos especiais, contendo apenas a inscrição "Franciscus". Escolheu ser enterrado na Basílica di Santa Maria Maggiore, em Roma, rompendo com a tradição de séculos ao não optar pelo Vaticano como local de descanso final. Essa decisão marca uma nova era, sendo o primeiro papa a ser sepultado fora do Vaticano em mais de um século.
A visão de Francisco para sua morte e funeral reflete profundamente seus valores e aspirações para a Igreja Católica. Ele desejou que a instituição se tornasse mais humilde e conectada às realidades cotidianas das pessoas, longe das pompas tradicionais. Seu legado de simplicidade continuará influenciando gerações futuras dentro e fora do Vaticano.