O presidente Donald Trump tem promovido suas propostas de tarifas recíprocas como uma solução para décadas de práticas comerciais desiguais. Ele anunciou recentemente um aumento de 25% em todas as importações de veículos, com início em 3 de abril. Essa medida visa corrigir déficits comerciais que ele acredita enfraquecerem os Estados Unidos. Além disso, há preocupações sobre possíveis repercussões econômicas globais e reações retaliatórias de outros países.
O governo Trump está preparado para detalhar seu plano de tarifação em 2 de abril. Embora os exatos números ainda estejam em negociação, o raciocínio subjacente é claro: reduzir os déficits comerciais que indicam supostas vantagens desleais dos parceiros comerciais dos EUA. Em 2024, o déficit comercial de bens atingiu um recorde de $1,2 trilhão, refletindo a dependência norte-americana de produtos estrangeiros.
Trump argumenta que esses déficits enfraquecem economicamente os EUA e comprometem sua posição global. Ele vê as tarifas como ferramentas não apenas para equilibrar o comércio, mas também para gerar receitas significativas. Apesar disso, especialistas questionam se tal abordagem pode realmente substituir impostos de renda ou se causará impactos inflacionários severos. Estimativas sugerem que taxas próximas a 70% seriam necessárias para compensar a perda fiscal, algo inviável sem consequências sociais amplas.
Embora não seja certo quais nações serão afetadas inicialmente, provavelmente todos os países com relações comerciais substanciais com os EUA sofrerão mudanças. O foco está nos 15% dos países responsáveis por desequilíbrios persistentes no comércio americano, conhecidos como os "sujos 15". Entre eles estão potências como China, União Europeia, México e Canadá, cujos déficits superaram bilhões de dólares em 2024.
México e Canadá já enfrentam tarifas de 25% sobre todos os produtos, enquanto a China foi alvo de sobretaxas adicionais devido às suas conexões com o petróleo venezuelano. A União Europeia respondeu com tarifas próprias, ameaçando bilhões em exportações americanas. Trump, por outro lado, insiste que tais medidas são pontos de partida para renegociações comerciais mais justas, embora isso aumente a incerteza econômica global e leve analistas a prever recessões crescentes nos próximos meses.