Uma decisão judicial francesa trouxe à tona um escândalo que abalou a política europeia. Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita National Rally, foi condenada por desviar fundos do Parlamento Europeu para fins partidários. A corte estima que mais de €4 milhões foram utilizados indevidamente, com Le Pen sendo diretamente responsável por €474.000 enquanto ocupava o cargo de deputada europeia. Além disso, conexões controversas com a Rússia e reações de figuras políticas europeias intensificaram as discussões sobre o caso.

O tribunal francês determinou uma pena de quatro anos de prisão para Marine Le Pen, dos quais dois estão suspensos, além de uma multa de €100.000. Esse veredito surge após anos de investigação sobre como os recursos destinados ao Parlamento Europeu foram usados pelo National Rally. Durante o julgamento, ficou evidente que grande parte do dinheiro foi utilizado para pagar funcionários que raramente ou nunca trabalharam diretamente nas questões relacionadas às sedes de Bruxelas ou Estrasburgo.

A situação política de Le Pen é ainda mais complexa considerando sua relação com Moscou, especialmente após um empréstimo bancário recebido pelo National Rally em 2014. Esse financiamento, revelado apenas em 2023, alimentou acusações de proximidade entre a líder francesa e o Kremlin. Apesar das negações de Le Pen sobre essas alegações, o tema permaneceu como um ponto sensível em sua carreira política.

Enquanto isso, líderes de direita na Europa expressaram solidariedade à Le Pen. Viktor Orbán, da Hungria, afirmou "Je suis Marine!" antes do anúncio final do veredito, destacando sua posição próxima à deputada francesa no Parlamento Europeu. Outros aliados na Itália e nos Países Baixos também demonstraram apoio, refletindo tensões crescentes dentro do panorama político europeu.

Embora a sentença tenha sido anunciada, a execução imediata das penalidades pode ser adiada caso Le Pen decida recorrer. Esse desenvolvimento coloca sob análise não apenas as práticas financeiras do National Rally, mas também a interação entre democracia e interesses internacionais em um contexto europeu em transformação.