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Ataques Aéreos Persistem em Meio a Desastre Sísmico em Mianmar
2025-03-29

O regime militar de Mianmar continua lançando ofensivas aéreas em meio ao caos deixado por um devastador terremoto que já ceifou mais de 1.600 vidas no país. Enquanto equipes de resgate lutam para alcançar áreas atingidas, as bombas caindo do céu amplificam o sofrimento da população local. O representante especial das Nações Unidas, Tom Andrews, descreveu esses ataques como "absolutamente inaceitáveis".

A tensão aumenta conforme surgem relatórios de bombardeios aéreos em várias regiões do país, incluindo zonas próximas à fronteira com a Tailândia e o epicentro do tremor na região de Sagaing. Grupos rebeldes pró-democracia relataram ataques aéreos em Chang-U, uma área já abalada pelo desastre natural. Além disso, sete pessoas foram mortas em um bombardeio aéreo em Naungcho, no estado de Shan, apenas horas após o terremoto de magnitude 7,7. Apesar do cenário catastrófico, o governo de unidade nacional (NUG), que representa a administração civil derrubada, anunciou uma pausa de duas semanas nas operações militares ofensivas, exceto em casos defensivos.

O uso indiscriminado de ataques aéreos pelo regime militar tem sido amplamente condenado pela comunidade internacional. Investigadores apontam que a dependência dessas táticas está ligada ao apoio contínuo de potências globais, como Rússia e China, que fornecem aviões de ataque sofisticados. Essa postura levanta preocupações sobre o uso da ajuda humanitária como arma política, dado o histórico do regime de negar assistência a áreas controladas por grupos de resistência. Diante deste contexto, é crucial que a solidariedade internacional não se limite apenas ao envio de ajuda emergencial, mas também busque meios de pressionar o regime a cessar suas operações militares.

A tragédia em Mianmar demonstra a importância de priorizar vidas humanas acima de conflitos políticos. Em momentos de crise extrema, a cooperação global pode ser uma força transformadora capaz de aliviar o sofrimento coletivo. Ao mesmo tempo, é necessário reforçar os esforços para garantir que a ajuda chegue a todos, independentemente de quem controle determinada região. Esse desafio exige uma resposta coordenada que transcenda interesses geopolíticos e coloque o bem-estar humano no centro das decisões.

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