Uma decisão judicial em Massachusetts concedeu proteção temporária a uma estudante de doutorado da Universidade Tufts, impedindo sua deportação para a Turquia sem ordem judicial. Rumeysa Ozturk, de 30 anos, foi detida por autoridades de imigração enquanto caminhava pelas ruas de Somerville, nos arredores de Boston. Após ser transferida para um centro de detenção no remoto Basile, Luisiana, o governo teve até terça-feira à noite para responder a uma nova queixa apresentada pelos advogados de Ozturk. Este caso reflete preocupações crescentes sobre indivíduos com ligações a universidades americanas sendo alvo após demonstrarem apoio público aos palestinos durante o conflito em Gaza.
O caso de Rumeysa Ozturk ganhou notoriedade quando ela foi repentinamente levada sob custódia na terça-feira passada. A situação ocorreu enquanto ela transitava livremente pelas ruas de Somerville, uma cidade vizinha a Boston. Antes que seus representantes legais pudessem obter uma ordem judicial para bloquear sua transferência, ela já havia sido deslocada para uma instalação de detenção em Basile, Louisiana, distante e isolada. A decisão do Tribunal Distrital dos Estados Unidos emitida na sexta-feira garantiu que qualquer movimento relacionado à sua deportação fosse suspenso até que houvesse uma deliberação mais detalhada por parte do tribunal.
A administração de Segurança Interna confirmou a prisão de Ozturk e a anulação de seu visto, alegando que investigações revelaram envolvimento em atividades que apoiavam o Hamas, uma organização considerada terrorista pelos Estados Unidos. No entanto, nenhuma evidência específica dessas acusações foi fornecida ao público ou à defesa. O contexto político ampliado inclui tensões internacionais exacerbadas desde o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, seguido por uma ofensiva retaliatória israelense que devastou Gaza.
No ano anterior, Ozturk foi uma das quatro estudantes que redigiram um artigo de opinião no jornal The Tufts Daily criticando a resposta institucional da universidade às demandas estudantis. Essas exigências incluíam reconhecimento oficial do "genocídio palestino" e divulgação das investidas financeiras da universidade em empresas conectadas diretamente ou indiretamente a Israel. Apesar disso, amigos relataram que ela não estava profundamente envolvida em protestos anti-Israel.
A decisão recente do tribunal marca um ponto crucial no debate sobre os direitos individuais e liberdade de expressão dentro do ambiente acadêmico americano. Além disso, ressalta questões emergentes sobre como as políticas migratórias podem influenciar estudantes estrangeiros que manifestam posições políticas controversas. O caso de Rumeysa Ozturk continua sob análise minuciosa, enquanto se espera que novas informações venham à tona nas próximas semanas.