O presidente Donald Trump lançou uma ordem executiva que busca transformar a forma como as eleições são conduzidas nos Estados Unidos, gerando incerteza entre os funcionários eleitorais estaduais e locais. A medida levanta preocupações sobre possível confusão entre os eleitores antes das próximas eleições federais, marcadas para 2026. Entre as mudanças propostas estão um novo requisito de registro de eleitores, descredenciamento de certos sistemas de votação e prazos mais rígidos para muitos estados. Essa decisão ocorre em meio à perda de assistência cibernética por parte do governo federal, aumentando ainda mais o desafio para autoridades eleitorais.
A nova ordem executiva introduz o governo federal em operações eleitorais estaduais, com críticas ao trabalho dos oficiais eleitorais nacionais. Trump tem questionado repetidamente a integridade das eleições americanas desde sua vitória no Colégio Eleitoral em 2016, apesar da derrota na votação popular contra Hillary Clinton. Desde então, autoridades eleitorais enfrentam ameaças e pressões contínuas. Além disso, a pausa em trabalhos de segurança cibernética pelo governo de Trump eleva preocupações sobre o papel futuro da administração federal nas eleições.
Um dos principais pontos da ordem é exigir prova documental de cidadania americana durante o processo de registro de voto. Essa medida foi promovida por republicanos no Congresso no ano passado, mas não avançou devido à oposição democrata. Agora, a Casa dos Representantes pretende renovar seus esforços com a Lei SAVE (Safeguard American Voter Eligibility Act). Enquanto alguns republicanos apoiam essa iniciativa, grupos defensores dos direitos de voto expressam preocupações, argumentando que milhões de americanos podem não ter fácil acesso a documentos necessários.
Outra consequência significativa da ordem é a potencial mudança nos sistemas de votação sem fornecer financiamento adicional. O Comissão de Assistência Federal para Eleições deve revisar e recertificar padrões voluntários para sistemas de votação, excluindo dispositivos que utilizam códigos de barras ou QR codes nos boletins de voto. Especialistas alertam que isso pode ser caro e complexo para os estados implementarem dentro do prazo estipulado.
Com tantas mudanças pendentes, há uma crescente preocupação com a confusão entre os eleitores. Funcionários eleitorais, como Kate Sweeney Bell, responsável pelas eleições no Condado de Marion, Indiana, temem a falta de clareza legal, que pode dificultar a educação pública sobre essas alterações. A incerteza afeta diretamente os preparativos para as eleições de 2026, colocando em risco a confiança dos eleitores no processo eleitoral.
A ordem executiva de Trump coloca os responsáveis eleitorais em uma situação delicada, forçando-os a equilibrar novas exigências com recursos limitados. Sem financiamento adicional, estados poderão enfrentar enormes desafios para implementar mudanças tecnológicas e administrativas necessárias, enquanto tentam manter a transparência e a confiança do público.