Um ex-funcionário sênior do Pentágono acusa o secretário da Defesa, Pete Hegseth, de conduzir uma gestão marcada por desorganização e demissões em massa. Segundo John Ullyot, que renunciou recentemente como porta-voz principal do Departamento de Defesa, a instituição está enfrentando um colapso completo sob o comando atual. A crise foi amplificada após revelações sobre conversas sigilosas compartilhadas por meio de aplicativos de mensagens com detalhes sobre campanhas militares no Iêmen. Essa situação levantou preocupações sobre a segurança interna e a eficácia da liderança em meio a tensões globais crescentes.
Ao longo do último mês, o Pentágono viveu momentos de extrema instabilidade, incluindo demissões maciças de altos funcionários e oficiais militares. Um exemplo emblemático ocorreu quando Mike Waltz, conselheiro de segurança nacional, adicionou involuntariamente um jornalista a um grupo de mensagens com informações confidenciais sobre ataques ao Houthi no Iêmen. Além disso, Hegseth compartilhou detalhes sensíveis sobre operações militares em grupos pessoais que incluíam familiares e seu advogado particular. Tais incidentes geraram críticas severas dentro e fora do governo.
O clima de turbulência aumentou ainda mais com a decisão de Hegseth de dispensar três assessores-chave na semana passada, entre eles Darin Selnick, chefe de gabinete do secretário, e Dan Caldwell, assessor sênior. Em comunicado conjunto, esses ex-funcionários expressaram sua decepção com a forma como suas saídas foram tratadas, alegando calúnias anônimas contra seus caracteres. Eles afirmaram que a equipe de Hegseth adotou o hábito de espalhar mentiras facilmente desmentíveis sobre colegas que deixavam a organização.
Ullyot previu que mais demissões estão por vir, destacando que o caos interno do Departamento de Defesa, responsável por cerca de 3 milhões de membros das forças armadas e um orçamento de 850 bilhões de dólares, se tornou uma grande distração para o presidente Donald Trump. Ele sugeriu que, dado o histórico de Trump de responsabilizar seus funcionários, é improvável que Hegseth permaneça em seu cargo por muito tempo.
Em resposta, Hegseth culpou a mídia pelas acusações de desordem no Pentágono, caracterizando-as como tentativas de difamação por parte de ex-funcionários insatisfeitos. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, reiterou o apoio total do presidente a Hegseth, argumentando que as denúncias são resultado de resistências internas à transformação proposta pelo secretário. Ela defendeu Hegseth como alguém comprometido com os interesses dos soldados americanos, enquanto criticava aqueles que se opõem às mudanças necessárias.
Diante deste cenário tumultuado, a administração enfrenta pressão para restabelecer a ordem no Pentágono, enquanto tenta mitigar os impactos políticos dessa crise pública. A continuidade de Hegseth no cargo parece incerta, refletindo um momento crucial para a estabilidade do Departamento de Defesa em um contexto de conflitos globais intensificados.