O tribunal constitucional da Coreia do Sul decidiu restaurar Han Duck-soo como líder interino, revertendo sua destituição por parlamentares da oposição ocorrida três meses atrás. Essa decisão acontece em meio a um cenário turbulento no país, enquanto aguarda-se uma deliberação ainda mais significativa sobre o caso do presidente conservador Yoon Suk Yeol, que foi destituído após decretar brevemente a lei marcial. A análise do tribunal pode determinar se Yoon será removido definitivamente ou restabelecido no cargo.
Han Duck-soo retornou ao seu papel como principal figura governamental depois de ser absolvido pelo tribunal constitucional, que considerou as acusações contra ele insuficientes para justificar sua destituição. Como líder interino, Han enfrentou desafios políticos complexos, especialmente com relação à nomeação de membros para o tribunal constitucional, gerando tensões com a oposição liberal.
Desde que assumiu temporariamente o poder após a suspensão de Yoon, Han manteve uma postura firme frente às demandas do Partido Democrático para preencher imediatamente vagas no tribunal. Ele defendeu a necessidade de consenso bipartidário antes de realizar essas nomeações, o que levou a acusações de favorecimento aos conservadores. O tribunal concluiu que os motivos apresentados pelos legisladores para a destituição de Han não eram graves o suficiente, reforçando assim sua posição como ator central na política sul-coreana neste momento delicado.
Embora tenha sido criticado por alguns setores da oposição, Han destacou a importância de unir esforços nacionais em face dos desafios externos impostos pelas políticas comerciais dos Estados Unidos lideradas por Donald Trump. Sua abordagem tem sido vista como uma tentativa de estabilizar a situação interna durante um período de incerteza política extrema.
A decisão sobre Han não oferece indícios claros sobre o destino de Yoon Suk Yeol, cujo julgamento continua sendo analisado pelo tribunal constitucional. Apesar disso, a reinstalação de Han trouxe preocupações adicionais entre os democratas, que temem que o tribunal possa estar inclinado a permitir o retorno de Yoon ao poder.
Enquanto aguarda-se o veredito final sobre sua permanência na presidência, Yoon enfrenta investigações criminais por supostamente abusar de autoridade militar e violar protocolos legais ao impor a lei marcial sem consulta formal ao gabinete. Testemunhos de Han indicam que a reunião realizada antes do decreto não se qualificava como um encontro oficial do gabinete, corroborando as alegações da Assembleia Nacional contra Yoon.
Ainda que o tribunal constitucional não esteja diretamente envolvido nas questões penais de Yoon, o depoimento de Han pode influenciar sua avaliação sobre a validade do decreto de lei marcial. Membros do governo expressaram preocupações sobre os impactos econômicos e diplomáticos decorrentes dessa medida, reforçando argumentos contrários ao uso de tais poderes fora de contextos de emergência nacional.