Os canadenses estão prestes a decidir o futuro político de seu país em meio a crescentes tensões comerciais com os Estados Unidos. Com o primeiro-ministro Mark Carney liderando o Partido Liberal, a campanha eleitoral promete ser intensa e centrada nas relações bilaterais entre Canadá e EUA. Apesar das preocupações locais sobre custos de vida, como alimentação e moradia, o foco principal recai sobre quem pode melhor gerenciar as políticas protecionistas do presidente Donald Trump. A corrida eleitoral, uma das mais curtas da história recente do país, acontecerá dentro de um período de cinco semanas.
O sistema eleitoral canadense funciona por distritos eleitorais conhecidos como "ridings", onde cada cidadão vota em um candidato local. O vencedor é determinado pelo sistema majoritário simples, ou seja, aquele que obtiver a maior quantidade de votos, mesmo sem maioria absoluta. Este formato influencia diretamente na composição da Câmara dos Comuns, onde o partido com mais assentos geralmente forma o governo federal.
No cenário atual, Mark Carney busca consolidar sua posição à frente dos liberais, enquanto Pierre Poilievre, líder do Partido Conservador, tenta capitalizar sobre questões econômicas domésticas. Outros partidos importantes incluem o Novo Partido Democrático (NDP), liderado por Jagmeet Singh, e o Bloco Quebequense, sob a direção de Yves-Francois Blanchet. Cada grupo apresenta propostas distintas para lidar tanto com questões internas quanto externas, especialmente no contexto das relações com os Estados Unidos.
As pesquisas indicam um empate técnico entre liberais e conservadores, com ambos oscilando em torno de 37% de apoio nacional. Embora inicialmente o Partido Conservador parecesse favorito, a ascensão de Carney e as ameaças de Trump alteraram significativamente o panorama político. As preocupações relacionadas às tarifas americanas e à soberania canadense tornaram-se temas predominantes na campanha.
Enquanto isso, partidos menores como o Bloco Quebequense e o Partido Verde buscam conquistar espaço específico, especialmente em regiões como Quebec. No entanto, especialistas afirmam que o desempenho eleitoral eficiente dos liberais pode garantir-lhes uma vantagem estratégica, mesmo em um cenário apertado. A escolha dos eleitores refletirá não apenas suas prioridades internas, mas também sua confiança na habilidade de seus líderes para enfrentar desafios globais complexos, como as pressões econômicas impostas pelos Estados Unidos.