O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, revelou que o governo norte-americano revogou pelo menos 300 vistos de estudantes internacionais como parte da política do presidente Donald Trump para reprimir manifestantes pró-Palestina nos campi universitários. Durante uma visita à Guiana, Rubio explicou que essa prática ocorre diariamente e visa aqueles considerados perigosos ou subversivos. O caso ganhou destaque com a detenção de Rumeysa Ozturk, uma estudante turca na Universidade Tufts, cujo vídeo viralizou nas redes sociais. A situação levantou questões sobre liberdade de expressão e direitos civis, especialmente porque a estudante participou de protestos pró-Palestina e escreveu artigos criticando Israel. Essa medida faz parte de uma série de ações contra estudantes internacionais que apoiam causas palestinas, refletindo tensões políticas crescentes.
Ao longo das últimas semanas, o governo Trump intensificou suas medidas sob a justificativa de combater o antissemitismo, utilizando a Lei de Imigração e Nacionalidade para deportar não-cidadãos tidos como contrários aos interesses de segurança nacional e política externa. Um exemplo notável é o caso de Mahmoud Khalil, um ativista palestino graduado pela Universidade Columbia, que está detido sem acusações formais. Em resposta, figuras políticas como a senadora Elizabeth Warren denunciaram essas ações como ataques à Constituição e às liberdades fundamentais.
Rumeysa Ozturk, uma bolsista Fulbright no programa de Doutorado em Estudo Infantil e Desenvolvimento Humano na Universidade Tufts, foi detida por agentes encapuzados em Boston. Embora seja legalmente autorizada a residir nos EUA com visto F-1, sua prisão provocou indignação pública. Advogados afirmam que sua defesa pública dos direitos palestinos pode ter influenciado a decisão. Enquanto isso, o governo insiste que ela esteve envolvida em atividades em apoio ao Hamas, uma organização classificada como terrorista.
Essas práticas geraram repercussões além dos limites nacionais. Outro episódio emblemático envolve Yunseo Chung, uma residente permanente legal de origem sul-coreana da Universidade Columbia, que conseguiu evitar a deportação após ordem judicial. Apesar disso, as autoridades continuam defendendo que os vistos foram concedidos exclusivamente para estudos acadêmicos, não para ativismo social disruptivo.
A controvérsia ampliou-se quando instituições educacionais enfrentaram cortes financeiros significativos devido à percepção de falhas na contenção do antissemitismo. Com mais informações exigidas até sexta-feira sobre o caso de Ozturk, o cenário continua tenso, colocando em xeque a linha tênue entre segurança nacional e liberdades individuais.
A escalada dessas políticas reflete um desafio central: equilibrar preocupações legítimas de segurança com a preservação de princípios democráticos. Enquanto autoridades argumentam que estão protegendo valores fundamentais, críticos veem uma erosão das liberdades civis. Este debate crucial moldará não apenas o futuro dos estudantes estrangeiros nos Estados Unidos, mas também a imagem internacional do país como bastião de liberdade e oportunidade.