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Julgamento em Manhattan Descarta Alegação de Difamação contra o New York Times
2025-04-22

Um júri de Manhattan decidiu que o New York Times não é responsável por suposta difamação contra a ex-governadora do Alasca, Sarah Palin, em um editorial publicado em 2017. Este veredito representa a segunda derrota para Palin no caso envolvendo o jornal. O texto originalmente sugeriu uma conexão entre o discurso de Palin e um atentado em massa no Arizona que deixou seis mortos. Apesar de Palin argumentar que sua reputação foi prejudicada, a lei americana estabelece um critério rigoroso para responsabilizar os meios de comunicação por difamação quando se trata de figuras públicas.

O julgamento reafirma um princípio central da legislação dos Estados Unidos: as editoras não são responsabilizadas por erros honestos. Em 2022, Palin já havia perdido um primeiro julgamento, mas uma corte de apelações anulou a decisão anterior devido a falhas na composição do júri. A controvérsia surgiu após a publicação de um artigo intitulado "A Política Letal Americana", escrito por James Bennet. Nele, foi mencionado que o discurso de Palin teria contribuído para o atentado de 2011 que feriu gravemente a ex-deputada Gabby Giffords.

A defesa do jornal destacou que o texto foi corrigido apenas 14 horas após sua publicação online, reconhecendo que a formulação utilizada era equivocada. De acordo com Felicia Ellsworth, advogada do New York Times, não houve qualquer prova de má-fé, apenas um erro genuíno. Por outro lado, o advogado de Palin, Ken Turkel, afirmou que o incidente alterou significativamente a vida de sua cliente.

No contexto político, Palin, de 61 anos, enfrentou derrotas consecutivas em corridas eleitorais para o Congresso em 2022. Sua trajetória inclui uma candidatura à vice-presidência ao lado do falecido senador John McCain, que perdeu para Barack Obama em 2008. Apesar das alegações de danos à reputação, o júri decidiu que não havia evidências suficientes para provar que o New York Times agiu com má intenção.

A decisão final reflete a complexidade das questões legais envolvendo liberdade de expressão e responsabilidade midiática. Ela reitera que, mesmo em casos onde correções são necessárias, os tribunais tendem a proteger os veículos de comunicação contra acusações de difamação, especialmente quando não há indícios claros de desrespeito à verdade. Esse resultado reforça ainda mais a importância da presunção de boa fé nas práticas jornalísticas.

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