O governo Trump anunciou recentemente uma ordem executiva que busca reestruturar significativamente o Smithsonian Institution, a maior rede de museus do mundo. A decisão tem como objetivo eliminar ideologias que o presidente considera "impróprias, divisivas ou anti-americanas". Entre as críticas específicas estão exposições no Museu de Arte Americana Smithsonian (Saam) e o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana (NMAAHC). Artistas e educadores expressaram sua preocupação com a tentativa de censura, destacando o valor das narrativas históricas e artísticas em promover compreensão mútua.
A nova ordem executiva de Trump coloca sob escrutínio várias exposições no Smithsonian, incluindo a exibição "The Shape of Power" no Saam. Essa exposição explora a influência da escultura na construção do conceito de raça nos Estados Unidos. Para muitos artistas, como Roberto Lugo, cuja obra é apresentada nessa mostra, a decisão representa um ataque direto à liberdade artística e ao papel das artes em abordar questões sociais complexas.
A criação artística desempenha um papel crucial na vida de Lugo, permitindo-lhe processar experiências pessoais relacionadas à violência racial. Seu trabalho, "DNA Study Revisited", demandou meses de esforço físico e emocional. Ele explica que seu propósito é celebrar a harmonia entre culturas e incentivar o diálogo sobre identidade racial. Ao criticar a visão simplista de que obras sobre raça são divisivas, Lugo defende que essas peças buscam unir pessoas através da compreensão mútua, em vez de separá-las.
A crítica de Trump ao NMAAHC revela preocupações mais amplas sobre a representação da história afro-americana. Esse museu, inaugurado em 2016 sob a presidência de Barack Obama, é aclamado por sua curadoria detalhada da experiência negra nos Estados Unidos. A ordem executiva "Restoring Truth and Sanity to American History" instrui o vice-presidente JD Vance a remover supostas ideologias impróprias dos museus e centros educacionais do Smithsonian.
Figuras políticas e acadêmicas têm se manifestado contra essa iniciativa. A congressista Jasmine Crockett alerta sobre os perigos de apagar a diversidade da história nacional. O representante Steven Horsford acusa o governo de tentar silenciar conversas sobre injustiças sistêmicas. Além disso, especialistas como Chandra Manning argumentam que o povo americano não é tão frágil quanto sugerem essas medidas, enfatizando a importância de reconhecer os desafios superados pela nação. Assim, a controvérsia persiste enquanto aguardamos maiores esclarecimentos sobre a implementação dessas ordens executivas.